Estradas do meu coração

Hoje, véspera do feriado sete de setembro, estava empolgada para desbravar Lençóis! Mas minha intuição, desde ontem, me dizia que ainda não seria desta vez. E não foi mesmo. Então, sufoquei por hora o desejo de vivenciar essa nova aventura, e retornei para Salvador.

Dentro do ônibus, começando a repensar os meus dias, cheguei a conclusão que cada viagem ajuda a me transformar um pouco mais...e, embora diferente, sempre volto para o mesmo teto: o meu canto, o melhor lugar do mundo. Definitivamente, a paz está comigo.

Sim, sobre as mudanças. Elas são provocadas por duas razões: o fato de estar só, que exige que eu me cuide, me alimente, me oriente, tome decisões o tempo todo. A outra, óbvio, conhecer e conviver com minhas turmas de pós-graduação.

A sala de aula, no meu entendimento, é sempre um eterno laboratório. Não me recordo de ter conduzido de uma mesma forma as atividades. Primeiro porque cada turma é ainda um mistério. Preciso entender como estão, o que já viram do curso, e quais são suas angústias. Essa cumplicidade que busco formar, talvez seja o que vem favorecendo o prazer em ministrar aulas. E que bom perceber que isso é recíproco.

Ao final, quando faço a avaliação com os alunos e recebo de presente abraços calorosos e um pedido verdadeiro para eu retornar é que fico pensando que nasci pra isso, ainda que eu esteja muito cansada nesse período. E foi assim, pensativa sobre minha profissão, que resolvi dar um tempo dessa conversa toda e decidi voltar minha atenção para as outras questões, tão importantes quanto.

E pensei muito em meus irmãos, na minha mãezinha, e do quanto me faz bem me lembrar deles e saber que estão bem. Senti uma saudade imensa e olhar a lua cheia, longe, grande, amarela, linda... me causou uma melancolia sem igual. Pior que não tenho como estar perto. As distâncias físicas me impedem. Me lembrei da viagem para Ilhéus, com meus manos...nossa, essa precisa estar relatada aqui, com todo meu carinho, porque além de perfeita, foi muito divertida.

E mudando a rota, me lembrei de quem ainda faz meu coração bater mais forte. Cold Play, sem dúvida, incentiva muito esse saudosismo:

And the hardest part

Was letting go not taking part

You really broke my heart

 

...was the hardest part... pensei mais um pouco e descobri que o novo está demorando muito a chegar. Chega logo, por favor. Meu coração é só saudade.