21 November 2009

Onde o Rio é mais baiano- parte 1

Sinceramente, optei em escrever sobre essa viagem, concebendo-a desde o embarque em Salvador, até o momento de pisar de novo em minha adorada terrinha. Mas daí, fiquei tensa. Como conseguiria ser objetiva, e não cansar meu querido leitor? O mini-blog famoso, que limita a escrita em no máximo 140 caracteres, certamente já me ajudou a ampliar essa habilidade mas concluí que não havia como resumir tanto, já que foram muitas situações emocionantes e engraçadas, que precisariam (digo, deveriam) estar registradas nesta narrativa.

Assim, para dar a impressão de textos mais curtos, decidi dividi-la em três partes: o antes, uma espécie de bastidores na chegada, o que nos aconteceu durante o casamento, e enfim, os eventos pós bodas de minha prima Paulinha com seu príncipe Léo. Prometo que tentarei contemplar os melhores momentos...para quem quiser tirar um cochilo antes e voltar aqui, fique à vontade...a leitura pode ficar para depois. Sou a favor da liberdade para o leitor! Porque, como bem refletiu Daniel Pennac, o verbo ler não suporta o imperativo. Maravilha! Portanto, vou usar essa lógica aqui em minha escrita, assim me sentirei mais livre para escrever o quanto me der vontade!

Então vamos a ela!
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Parte 1: A viagem mais esperada finalmente aconteceu.
A ida para a cidade do samba, me lembrou Caetano Veloso, porque ele descreve sobre a terra dos globais, com muita propriedade em várias das suas músicas, inclusive essa, título desta história narrada aqui. Como diz na letra, essa viagem foi realmente o retrato da Bahia no cenário do Rio, uma espécie de ensaio da Mangueira, por conta dos preparativos e a alegria contagiante dos descolados integrantes, com direito a tudo: trocentos desembarques e horários de chegada distintos, de locais diferentes, malas, bolsas e celulares de todas as marcas e toques possíveis, mesa (sempre) farta e muita, muita algazarra. Num espaço de 4 dias curtimos uns aos outros, 36 ao todo, fomos a la plaia, bebericamos muitos chops nos bares de Copa (cabana, princesinha do mar...), conversamos e nos divertimos com as histórias e dos micos de todos, nos enfeitamos para as festas: da família reunida, da minha mana aniversariante e dos noivos, motivo maior da nossa viagem ao universo dos cariocas.

No embarque, fui parar na fila imensa dos vôos internacionais, me dei conta do erro, ri sozinha, saí à francesa e acabei me encontrando com os familiares que estavam no ságuão, à espera de outro vôo, diferente do meu. Um café, um pão de queijo e conversa rápida com minha manas e sobrinha, atualização das últimas horas, sob a vigilância de um gentil recepcionista da cia aérea, que me permitiu almoçar às 16h35, antes do embarque.

Me despedi depressa delas e, já alimentada, adentrei a aeronave, procurei minha poltrona e percebi que estava ao lado de um casal muito simpático, ambos com um sorriso acolhedor. Como estava com muita ansiedade, fiquei mais calma, porque entendi que o canal estava aberto para nos conhecermos. De fato, conversamos a viagem inteira.Vi fotos do afilhado da curitibana, conversamos sobre a vida, o casamento deles, a Bahia, Morro de São Paulo e também como era o reveillon no Paraná.  Me lembro que falei do meu blog, e que certamente eles seriam citados, em breve...se vierem aqui, verão que cumpri a promessa!
Duas horas e meia depois, cheguei ao Rio! Peguei minha sacola, subi, chequei os e-mails, visualizei comentários carinhosos postados por amigo querido, me encantei com lembrancinhas cariocas nas lojas, folheei as revistas e em seguida decidi comer batata frita, acompanhada de um "garotinho", já tentando me adaptar ao estilo carioquês de passar o tempo.

Como observadora que sou, fiquei impressionada com meus vizinhos das mesas à minha volta. Tinha um bem ruivo, com óculos de armação cinza chumbo, calças vermelhas, blusa rosa, cachecol lilás, blazer e meias azul marinho e tênis de couro branco com detalhes vermelhos...além de exótico, me parecia um alemão...sorriu pra mim e fiquei desconcertada, afinal estava claro que eu não o estava paquerando, mas conferindo o quanto era diferente dos demais por ali!

Percebi ainda muitos carrinhos apinhados de bagagens e outros tantos com bebês adormecidos...que lugar cheio... as pessoas circulando pela praça de alimentação como se estivesse num shopping center! Que engraçado essa dinâmica desse povo reunido que não se conhece...também vi mais pessoas solitárias como eu, e imaginei o que rondava em cada ser pensante...tristezas por amores perdidos? Viagens canceladas? Atrasados para os encontros? Reuniões de negócios? Espera de familiares vindos de vários lugares, como estava eu aguardando? Depois dessa divagação toda, fechei minha conta e me dei conta que nesse ritmo iria gastar mais do que havia combinado com minha conta bancária. A voz de dentro me disse "moderação, garota...vamos com calma...sequer saiu do aeroporto!" Ri mais uma vez...angustiada e ansiosa pela chegada dos demais!

Então, a primeira leva de seis visitantes chegou, recepcionados por Carmem, madrinha da noiva, meu tio, o pai da noiva, e seu irmão, que foram gentilmente nos apanhar. A pergunta dos três, que nos fizeram repetidamente foi: quantos vão chegar amanhã? Rimos muito, e nem conseguimos responder, porque ficou claro que a multidão baiana dominava literalmente o imaginário de todos os anfitriões!

Enquanto isso, na casa da (tia amada) Lola, dois carros com cinco em cada, chegaram de Ipiaú e estavam perdidos pela nossa senhora de copacabana...mais risos...na manhã seguinte, voltamos ao Galeão (olha a intimidade) para recebermos os novos acreanos: mais seis e meio, considerando Lucas, meu sobrinho de quase 2 anos, o mais fofo dos fofos! Fomos, eu e Mana Dinha com dois primos (Diogo e Cau), em dois carros!!! Confesso que pleiteei em seguir dirigindo, mas preferiram não arriscar, dada a minha dificuldade em seguir esquerdas e direitas...preciso vencer essa confusão tão simples...

3 comments:

  1. Pensa numa turma da pesada, da Maria Costa da Pesada? Sim, somos todos dela, pesados, mas do bem!

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  2. Fico na dúvida se gostaria de vê-la como cicerone, motorista ou monitora de grupos... :)
    Abraço.

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  3. Vc...sempre fiel a tudo, hein mana??
    E pensar que está só a começar...eh isso aguardemos as outras partes!!
    A viagem continua...sem vc...sem o mesmo gostinho... :( bjjjjj..

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