19 November 2009

A viagem da viajante

Nunca mais tinha comentado aqui o quanto considero gostoso e complexo escrever. Cada vez que me lanço em um novo texto, fico pensando se não estou sendo repetitiva, se os meus leitores, anônimos visitantes ou meus seguidores vão aprovar, comentar, refletir sobre...creio que a preocupação com o destinatário de qualquer mensagem, deveria ser sempre a razão de ser de qualquer escrito.
Aprendi essa máxima nas aulas de metodologia da pesquisa científica, com um professor do mestrado. Me lembro de ele ter comentado sobre minhas produções e me disse que eu tinha tudo para conseguir publicar muitas coisas, pois a minha forma de escrever era fluente e harmoniosa, e que percebia o meu cuidado em ser coerente com a temática, com o que se deseja explicitar, com o sentido social do que se escreve...e passei a me perguntar: que importância tem o que escrevo? Para quem é importante? Só consigo responder, por ora, que para mim, a escrita tem sabor de autoria, autonomia, liberdade de expressão. Descobri que a escrita me acalma.
É como se aqui eu pudesse tudo: desde falar a verdade ou fantasiar ao máximo, para dar o exato tom romântico que percebo (ou gostaria de ter) em minhas relações.

Agora, se consigo afetar alguém com minhas palavras e pensamentos, que bom. Assim, sigo com mais essa preocupação, entre tantas que me consomem a alma.
E revelar aqui, nesse meu espaço privado, num ambiente pra lá de público e devastador, me provocou alguns conflitos: posso abrir o verbo, abrir de fato meu coração? Não seria uma invasão os outros saberem de mim, dos meus dias, dos meus medos e aventuras? Não será muita exposição gratuita? Não será minha vaidade, amplamente aguçada aqui? E se for, como dar um freio nisso, que é tão feio? Como deixar de dar vazão ao processo de escrever que me faz viajar, literalmente, nos contextos que me circundam?
Essas questões estão fortes, nesse momento em que me vejo e me sinto uma blogueira e já uma aspirante a escritora. Isso mesmo. Me dou conta de que amo tanto materializar na escrita o que penso e o que sinto, que só penso em dedicar mais tempo ao ato de escrever...
Escrevo para mim. Pra quem quiser me seguir, me ajude a sair desse conflito e entrar em outros, porque viajar nas palavras realmente me dá asas. Esse vício é tão bom que me sinto mais viva, mais lúcida e com muito mais vontade de viver...

7 comments:

  1. Ju,
    Sua escrita me faz muito bem!
    Portanto, em minha opinião de seguidora, você deve deixar esse conflito de lado e guardar a sua energia para escrever mais!!!
    Eu adoro ler seu blog e espero que publique logo um livro.
    Beijinhos,
    Mari

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  2. Obrigada Mari. Também espero pelo seu livro de apetitosas guloseimas, que nos fazem perder a noção da dieta! Bj

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  3. Boa reflexão em texto direto e simples.
    Abraço.

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  4. Eu, encontro aqui, uma forma de saber de vc amiga!!! Etão, meu voto eh para que continue!!!Rs... Bjbj

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  5. Cadê as margens do ipiranga, para eu gritar: DIGA AO POVO QUE FICO?!

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  6. Tiia, eu adooro os seus textos, quase nunca comento, mas sempre estou aqui lendo tuudo o que escreve, me lembrei aqui que quando você chegava aqui em Conquista sempre vinha com uma história diferente sobre a criatura que vinha ao seu lado no ônibus e a gente brincava ' Ju tem que escrever "as pérolas das viagens" ' e esse blog resume um pouco isso né ? adoro o seu blog tia, saiba que sempre terá uma leitora assídua aqui esperando por novidaades ! :D

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  7. Nossa..ela é a ÚNICA, minha Cacau.

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