18 December 2009

Confrarias, mimos e desejos

Isso mesmo. Essa é a minha definição para o período natalino, que antecede o ano novo. Pra mim natal é melancolia, tempo de paz, de perdoar, de planejar o futuro, esquecer dissabores, de querer resgatar laços, de abraçar quem amamos, quem admiramos ou quem gostaríamos de nos aproximar mais.

Nas festas de trabalho há lugar para (quase) tudo isso, sobretudo, o prazer das poucas horas da convivência sem regras, sem relatórios para enviar, sem reuniões enfadonhas, sem cobranças (in)devidas.

Ontem, estava eu em Feira City, almoçando ,no restaurante universitário, quando aconteceu, em tempo real, um amigo secreto 100% virtual, desde o sorteio e descoberta do que 'ela' queria ganhar, até o momento de revelar quem seria a minha amiga secreta (por telefone, no viva voz, revelei dados sobre a noiva Déa...viva a tecnologia!).

E após essa primeira confraria, caí na estrada de volta à Salvador, para comemorar outra: a festa 2010 de alma lavada, no estacionamento do meu local de trabalho.

Cenário: banho de pipoca na entrada, puffs espalhados, iluminação nas árvores (lindo isso), palco para atrações de peso (Escola Olodum, saudade, de novo, dos tempos da ong), comidinhas nos quatro cantos, bebida à vontade, gente, gente, gente...
Diante da cena que observava, só pensava se tratar da cultura: aqui tem pão e aqui tem circo. Mas depois recuei, esqueci desse evento histórico, e me embalei no samba, me diverti com as falas dos colegas, abracei, filmei e fui filmada, e torci para ganhar uma bicicleta no sorteio, este conduzido por Otávio, diversão gararantida, presença marcante nos eventos institucionais.

Esqueci de incluir neste dia quase interminável que, antes dessa festança, também enfrentei uma banca de três avaliadores na prova didática daquele concurso (do meu sonho mais real). Não sei como resisti a tanta pressão.

Na estrada, fiz o percurso mental das últimas horas, da aflição de ser avaliada por quem não me conhece, e que, portanto, não sabe do meu alto grau de compromisso com o que faço, pesquiso e gostaria de realizar mais.

Realmente, levar a sério uma carreira, é privilégio (e compromisso) de poucos. Muitos sequer pensam em sua trajetória profissional, muitos nem a planejam, simplesmente dançam conforme a música, e se essa parar de tocar, muda-se o disco (ops, cd, mp3, mp4..) e curte outras tantas, sem a dor da perda ou a frustração de não seguir com o que conscientemente gostaria de realizar, em termos profissionais.

E tenho usado o recurso da água que brota da minha alma e molha os meus olhos, com muita constância. O choro vem numa força, que não resisto e deixo jorrar, sem me preocupar muito se a maquiagem vai borrar ou se vou evidenciar (parte) da minha fragilidade, como pessoa que sente, se desespera e demora para se acostumar com as perdas.

Nem sei se vou perder algo ou o que perdi...estou sensível, só isso. Melancolia natalina, espero. Sei que já tenho trilha sonora pronta, que não me abandona nessas horas. Me alimento de amor romântico, através delas. Renato Russo, apesar de já ter partido pro céu, bem sabia disso e me deixou uma reserva grande, para meu encantamento.

E que bom que ganhei um livro sobre essa personalidade que tanto admiro, com citações de coisas que ele pensava. Um verdadeiro presente de Cris Rodarte, que me tirou no sorteio virtual, e é uma colega, muito cúmplice, de diálogos sobre nossas dúvidas, escolhas, vida, filhos, amor. E ela vai pra longe...mais uma que se distancia de Salvador. Mineirinha querida.

Então, tudo o que preciso focar nesse momento, no qual a estrada tem sido a minha casa, é que a minha vida precisa de um porto (seguro). Quero ouvir de alguém especial, coisas assim, como "ele" já musicou:

"...vem cá meu bem, que é bom lhe ver, o mundo anda tão complicado que hoje eu quero fazer, tudo com (por) você..."
Ou então:
" ...dorme agora, é só o vento lá fora..."

2 comments:

  1. jusciney carvalho, quem é o principe ai do seu lado???? hahahaha

    saudade de vc


    até janeiro


    bjáo

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