27 December 2009

Sessão Pipoca

A viagem para Vitória da Conquista- Salvador nunca foi tão divertida e prazerosa. Minto. Já tive uma experiência, nesse trecho, que posso defini-la como única, diferente e inusitada. Mas isso foi muito bom, mas é passado, não vem ao caso.

Vou falar do presente.
Do que pude vivenciar, de forma tão simples e espontânea, e que me fez ligar o computador ainda viajando e disparar a teclar. Fiquei preocupada com a bateria, porque nem sempre escrevo rápido, e gostaria de concluir o texto antes de chegar em Feira City para, enfim, conseguir conexão e postar logo.

Após preparar nosso almoço, e escovar os cabelos de minha mãezinha, a mana Lila nos levou até a rodoviária, e então partimos às 12h40. Eu em direção à Salvador e ela com destino Jequié- Ipiau, para reencontrar com as meninas (como ela chama as irmãs, para nós, 'as véas').

Horas atrás, minha mana Dinha e sobrinhas partiam de carro, para o réveillon no extremo sul da Bahia, e os abraços de ‘feliz ano novo’ começaram desde cedo.

Voltando ao contexto inicial, razão de ser desse relato, penso que viajar de dia é realmente uma chatice. Primeiro porque não tenho sono de dia, afinal já não sou criança faz tempo e, portanto, não costumo dormir entre 8 e 22h.

Em segundo lugar, fico sempre ansiosa, olhando o relógio, fazendo contas mentais para definir quantas horas ainda restam até eu chegar ao meu destino final. E por último, quase nunca chove (uma pena) e isso me dá uma certa angústia: sol a pino lá fora, eu paralisada, trancafiada num ônibus, sem poder curtir a luz do dia, ir à praia, trabalhar ou simplesmente assistir a um bom filme na sessão da tarde.

Mas essa prisão temporária, do presente momento, ao menos me fez rever esses meus conceitos sobre viagens diurnas. Nas novas versões de ônibus semi-leito, nós, os simples passageiros que não dispõem de jatinhos particulares para viagens mais rápidas, podemos hoje desfrutar de alguns luxos: climatização, poltronas confortáveis, cobertores cheirosos e higienizados (muito importante), água mineral, café, banheiros menos horripilantes e enfim, o que há de mais inteligente que já inventaram para entreter pessoas como eu- à beira de um ataque de nervos, por tantas horas a bordo de um transporte terrestre - um aparelho DVD.

Isso mesmo. Por causa dele, tive a oportunidade de rever dois filmes incríveis. De mãos dadas com minha mãe, fomos nos envolvendo com a história de um presidiário inocente, condenado a prisão perpétua.

Dentre as temáticas, a maior mensagem foi a que nos falou sobre a fé (e determinação), que segundo Tim Robbins, narrado por Morgan Freeman, 'a esperança é sempre boa, assim, o que é bom, nunca morre'. Um sonho de liberdade.

Enxuguei as (muitas) lágrimas, definitivamente tocada, óbvio. Pensar nessas coisas, nesse período de pura melancolia foi, no mínimo, uma covardia.

O outro filme, vi sozinha, após conduzir 'minha véa’ para o seu novo destino, e me certificar que ela estava devidamente instalada. Esse me falou de príncipe encantado, de encantamento, de Nova York, de sensibilidade, de sedução, de sentimento, de amor... de que milagres acontecem, que contos de fada podem ser reais, uma linda história, com um lindo homem e uma linda mulher.

Não faço ideia porque me identifico com ela. Nunca consegui entender isso. O que estou falando? Entendo sim e, certamente, quem me lê (de verdade), também entende!

Mais lágrimas e desejos de que a realidade, daqui pra frente, possa ser muito melhor que toda a fantasia pertencente à magia do cinema que, combinada com a viagem, me estimularam a me tornar numa mulher ainda mais romântica. Ou boba?

Sabe lá...de verdade, tenho é pena dos sapos que encontro em meu caminho. E de mim também, dos tantos que engulo para sobreviver nesse mundo tosco, carente de poesia.

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Enquanto escrevia, estava passando um terceiro filme, também emocionante: Marley e eu. Ao dono dessas mídias, obrigada pela sessão prolongada com boas temáticas, e feliz ano novo!

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