16 January 2010

Estrada eu sou

Café da manhã reforçado, leitura dos e-mails, um giro nos blogs que sigo, à espera dos meus familiares, no finalzinho da primeira parte maravilhosa das férias. Acordar após uma 'noitada' e parar para escrever é sempre muito oportuno.

Explico-me. Como uma viajante que se preze, vivo viajando em tudo o que vejo, toco, observo.

Ontem, no aniversário de uma amiga querida, num bar com nome de passagem do tempo, cujo dono é um merchan de primeira categoria, diferente de mim, que não faço aqui propaganda de coisa alguma, foi nesse lugar, dançante e pulsante, que me pus a acompanhar a viagem dos outros, nos outros.

Diversão por mais de quatro horas seguidas. Rimos muito.

Ah, o ser humano é muito engraçado, principalmente quando está com um teor alcóolico acima do permitido pelas leis de trânsito. Os homens, então, são muito figuras: dançam hilariamente e flertam de maneira quase ultrajante. O vai e vém das tentativas, talvez, seja o mais interessante de se observar num cenário típico dos solteiros (e aventureiros) plantonistas.

Por isso, fiquei com vontade de me redefinir: estrada eu sou, sou uma 'odalisca andróide', parecida com o boaideiro que meu pai querido foi um dia, exatamente como diz a linda canção de Almir Sáter, interpretada por Maria Betânia.

Além da aniversariante, sugiro que os que aqui chegarem, escutem a poesia, seguida da música, para quem sabe, viajarem em sua melodia e redefinirem padrões, ousarem ser mais tolerantes (ou mais intrigantes). São muitos os seus muitos recados.

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6 comments:

  1. Nada como encontrar pérolas na net.

    ODALISCA ANDRÓIDE

    Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores.


    Os céus estão explorados mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico.

    Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica.

    Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv.


    Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados.

    Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador.

    (Fragmento do Texto Disco Voador, de Fausto Fawcet)

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  2. Fausto Fawcet é bem viajante, mas o texto é lindo e impressiona, sobretudo pela interpretação de Bethânia. Mas achei poético demais pra descrever aquela noite.
    (Estávamos mais pra Kátia Flávia!!!kkkkkkkkkkk)

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  3. Ou para ´a´ Fátima, do Capital Inicial!!!

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  4. Fátima era santa, prefiro Natasha, do Capital!!!

    "Era Ana Paula e agora é Natasha, usa salto XV e saia de borracha
    A vida é bela, o paraíso um comprido
    Qualquer barato ilegal ou proibido
    Um passo sem pensar, outro dia, outro lugar
    Pneus do carro cantam..."

    Bons tempos aqueles...

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  5. Pois é...era de Natasha que queria falar...risos...eu troco tudo...que situação...

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  6. Adooooro viajar nas suas viagens, Juzinha!!! Pena eu não ter ido, adoraria ver as cenas, kkkkkkk...

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