21 February 2010

Imersão no mundo líquido

Vivo criticando o mundo líquido. Critico também os individualistas, quem se isola do mundo, das pessoas, da realidade. Critico quem se refugia na internet, quem vive atrás de uma tela de computador.

Dessas críticas severas, cá estou eu, prova viva que ando fugindo não sei bem do quê ou de quem. Talvez de nada. Mas sei que estou muito mal acostumada e viciada nos sons, formas e cores acessíveis num bater de teclas, do notebook ou do controle remoto.

Definitivamente, não poderei usufruir de uma tv a cabo. Não sairia mais do meu canto. E gosto de rua. Gosto de gente. Sou sociável, sim. Afora as muitas redes de relacionamento virtuais, mantenho as reais. Aquariana como sou, sou gregária, por natureza.

Enquanto teclo e busco novidades aqui e ali, na tela maior assisto filmes antigos. Creio que a indústria cinematográfica está meio repetitiva. São muitas cenas de natal, muita neve, casamentos, encontros e desencontros.

São muitos os desfechos lindos, ultra românticos. Até os cenários se repetem. Os personagens também. Cinderelas do mundo contemporâneo. Mulheres na crise dos trinta ou dos quarenta, com relações desfeitas, e lá aparecem eles: altos, charmosos, educados, encantadores, e o mais importante, disponíveis.

No cinema é assim. Da metade pra trás, vejo essas cenas se repetindo comigo, amigas e vizinhas. Do meio pro fim, só no cinema. Com direito a vistas de cima da linda Manhattan...um dia chego lá...ah se chego...

Minha mãe ama cinema. Ama assistir filmes comigo, de mãos dadas. Nos reunimos em volta da telona e as horas parecem nem fazer sentido. Disso sinto falta. Da companhia dela, dos manos, dos sobrinhos, para provarmos das mesmas sensações, dos mesmos sustos, comentarmos sobre as mesmas coisas, para rirmos das mesmas besteiras que sempre rimos.

E por falar na magia da vida e do cinema, claro que não quero nenhum ogro por perto, mas agora tenho que continuar a assistir Shrek 3, com meu dindo, que apesar dos dezesseis, só cresceu no tamanho. Ele odeia quando o chamo de dindo e me mata se souber que pra mim ele ainda é um guri, apesar da voz já tão grossa...
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Hoje retorno para soterópolis e para a rotina de sempre. Mais oito horas de estrada. Mais uma pausa para eu tentar sonhar com a mudança que desejo ver em mim, com a solidez que espero plantar em mim.

1 comment:

  1. Ei leu nao é só vó que gosta de cinema nao, eu tambem curto um bom filme!!!! Com pipoca e guaraná, rs!!! Quando eu for ai em ssa, vamos juntas combinado?? o utlimo foi 007..lembra?? e como faz tempo....

    Bjaooo Tia =** SaUDADES!

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