17 February 2010

Quase no paraíso astral

Após ser liberada do trabalho, pela chefa mais humana que já tive, comprei a passagem, reuni minhas últimas forças, arrumei a bagagem e enfrentei 8h de estrada, rumo à Vitória da Conquista, em plena terça de carnaval.

Festejar os quarenta anos ao lado da minha família, certamente, foi um belo e antecipado presente de aniversário!

Fonte: mandrabrasa.blogspot
Já em Conquista, acordei pensativa, ainda tensa com os últimos acontecimentos, após muitas lágrimas que lavaram o meu rosto nos dias carnavalescos. Não foram suficientes e, por isso, não aliviaram os sintomas do inferno astral, que me ronda desde 19 de janeiro.

Então escrevo para, quem sabe, encontrar essa paz, que demora mas não tarda(rá) de chegar na nova idade.
------------------------------------------------------
PROMESSA: de 19 de fevereiro de 2010 a 19 de fevereiro de 2011, preciso cumprir a meta de novas 40 viagens.

Verdade. Tenho umas viagens esquisitas dentro de mim. Essa é somente uma delas. Por que não projetar um filho ou um doutorado? Imagina...para que viajar tanto assim? Por que não pensar em menos 40 arrumações de mala, ida para rodoviárias ou aeroportos, menos gastos com táxi, alimentação e compra de lembrancinhas e novidades da moda? Por que não imagino ficar com menos 40 momentos de stress pré embarque?

Responder isso tudo é muito simples: eu amo viajar, amo cada contexto, cada desafio...simplesmente porque me estimulam a superar meus medos, meus limites, minha passividade, e sobretudo, a me tornar cada vez mais independente.

Essa última palavrinha, afinal, é o meu atual objeto de estudo. Na Psicopedagogia, ser independente equivale dizer 'tornar-se autônomo', sujeito que conquista sua autoria para pensar, decidir, agir...e conquistar a independência, creio ser a mais completa definição para sobreviver sem depressão, nesse mundo cão (ai, uma rima..).

No alto dos meus 39 aninhos, 364 dias e, precisamente,19 horas restantes para soprar a velinha e me tornar mais velhinha, afirmo que ser independente assusta, intimida os passivos, os medrosos, os dependentes de modo geral.

E convivo com muitos. Fico também assustada com a falta de iniciativa e de coragem deles. Não sinto piedade. Todos podem tudo (naquele que nos fortalece). Não, isso aqui não é texto bíblico ou fragmentos de uma alma evangélica. Só citei uma passagem de Filipenses (4:13), pois a repito diariamente, e pra mim já se tornou um mantra.

Isso por si só revela que sigo orientações espirituais (bem) diversas. Explico. Em casa, no trabalho, na bolsa, eu costumo carregar medalhas e imagens de sto antônio, de nossa senhora de fátima, de são francisco, de são josé...não tenho nada de são jorge ainda, que problema...

Converso demoradamente com eles, me reporto a Deus em meu canto, em igrejas, em todo lugar. Também tenho um móbile na cozinha contendo sete galinhas (de tecido). Acendo velas, tomo banho de sal grosso quando me dá na telha, como caruru de promessa com pipoca, e sem promessa, no comida a quilo.

Me visto de branco no último dia de cada ano, uso lingerie amarela, e ainda penso na cor rosa... enfim, uma mistura de cores e seus significados distintos para me protegerem o ano inteiro, em todos os sentidos.

Conclusão: sou um ser sugestionável, que acredita em (quase) tudo. Concordo com Mahatma Gandhi quando diz que as religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto.

Pensamento bem oportuno. Mas em igual medida, não creio naqueles que dizem ser seus filhos: os filhos de gandhi, do carnaval da Bahia. Desses, quero distância, tanto das suas alfazemas baratas que borrifam, irritando os meus olhos e meu olfato, e das suas caras e bocas de sedutores nojentos, que acreditam ser superiores.

Já disse muitas vezes que admiro e só acredito em homem que usa meias (brancas), por uma simples lógica de observar como ele anda e o quanto cuida da sua higiene pessoal. Mas esses 'malditos' dos genéricos afiliados, as usam com sandália de couro...só Jau (peri) que adora!

Bem, eu acho um horror tal combinação! Aposto que as meias ficam impregnadas do próprio xixi que eles fazem, aos litros, inundando nossas ruas de mal cheiro. São tantos, que mais parecem uma praga, que enxergamos pelos quatro cantos da cidade.

Fonte: imagem liberada na internet
Sim, estou naquele movimento de apaziguar e não guerrear. O conflito ainda existe. A nova era está por vir e estou deveras ansiosa. Nada contra os homens vestidos de azul e branco e seus colares de (faz de) conta. Nada contra nenhum outro.

Talvez essa seja a primeira mentira de uma mulher de 40, com novas rugas e novos sentidos aguçados. Confesso. Tem um homem que eu gostaria que sumisse de uma vez por todas da minha vida, e outro que eu amaria que aparecesse para sempre.

O paraíso astral pode(ria) ser visitado com ele. Ai, ai...quanto mais velha, mais romântica...

2 comments:

  1. Relaxa, que depois de ontem ele vai sumir. Quanto ao outro posso conseguir uma foto como prêmio de consolação, serve?

    PS: Os Filhos de Gandhy vão querer matar a gente!!!

    ReplyDelete
  2. Foto? Não!!!!!!!! Chega de mundo líquido. Aos 40, só busco a solidez...o bom e velho gandhi já falava disso...rs

    ReplyDelete