25 March 2010

Diário de bordo

Essa é a minha nova coluna do blog.
Enquanto eu não viajar, literalmente, vou adiantando as viagens insanas da minha alma inquieta, para esvaziar aqui os meus pensamentos e sentimentos mais recentes.
Se será muita exposição, garanto que não. O que vai mais no meu íntimo, isso enquanto repouso o meu corpo e fecho as pestanas, é nesse momento que o que há de mais sombrio, intenso em mim, se manifesta. Freud certamente gostaria de me estudar. Eu já me estudo há um tempo, e não estou convencida de quem sou, o que quero, para onde devo depositar meus esforços. Sei o que não quero mais viver, e isso já é o bastante.
Estou na nova morada há exatos 10 dias. Não é um número expressivo. Do jeito que sou supersticiosa, se fosse 12, talvez eu dissesse que é um dia marcante, especial, sei lá o quê. Mas é um número redondo, concorda? Exatos 10 dias que resolvi dar uma guinada, uma 'radicalizada', como diria os meus sobrinhos adolescentes, que estão amando o momento 'rebolation'. Estou com a impressão que aqui, nessa nova viagem, que a rotina está instaurada. Conheço a rota para o trabalho, as idas e vindas dos moradores das minhas duas casas, e até o cheiro dos espaços já reconheço, com meu olfato insuportavelmente aguçado. Me perguntam se estou com saudades de Salvador. Me fitam os olhos, como se quisessem descobrir, bem no fundo, se estou dizendo a verdade, ou se estou me enganando. Parece existir uma (grande) preocupação se a saudade me consome, se me deixa triste, ou desanimada com os novos ares, bem mais frios que lá, do meu velho e pequeno universo.
Respondo com muita tranquilidade, numa paz que há muito eu não sentia, que estou bem, que a saudade ainda não chegou. Da cidade, dos ruídos da capital, dos engarrafamentos, do calor insuportável, da saudade da família que sentia lá? Me livrei de todos esses males. Agora estou aqui, completamente envolvida com a nova função na faculdade, sem muito tempo para sentir a falta do que ficou por lá. Os amigos? Se são verdadeiros, independem de distâncias. Continuarão muito próximos. Estou agora, pela primeira vez, só vivendo o presente. E está muito bom. Costumo dizer que se alguém me olha de verdade, não encontra fuga. Talvez eu seja instável, como aquariana que sou. Essa pode ser a temática de um novo registro desse diário, em uma nova parada no cais. Quando chegar, eu conto mais.

2 comments:

  1. õoh tia , seja BEM VIINDA né, para esse seu novo laaar ... (L) te amooo

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  2. Te garanto que Salvador tá morrendo de saudades de vc... só chove por aqui!!!

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