3 July 2010

Mais um cobertor, por favor!

Parece fácil  a decisão de onde ficar, ao aportar num novo lugar. As pesquisas na net ajudam, mas nem tanto. Essa história de número de estrelas que um hotel comporta, nem sempre deve servir de referencia para a escolha. Em Buenos Aires ficamos em um considerado três estrelas. Um desses, no Brasil, imagino que seja muito melhor.
Também não acredito em fotos postadas em sites. O programa de edição de imagens existe pra que mesmo? Creio que para enganar.
Mas é sim, é muito difícil decidir. Gosto do conforto e silêncio numa suíte. Sou uma hóspede chata, confesso. Solicito a troca de travesseiros, e toco os lençóis, pra checar se são (mesmo) macios. Amo encontrar um quarto climatizado, um bom chuveiro, toalhas brancas e cheirosas...além dos sabonetinhos em miniatura, que diariamente se renovam, sem falar naquela plaquetinha com a ordem: NÃO INCOMODE!
Hoje li um artigo da Danuza Leão, numa dessas revistas femininas. Ela cita a impessoalidade do frigobar num quarto de hotel. Mas mesmo assim, diz amar a transitoriedade que esse espaço sugere: passagem rápida, sem vínculo, sem necessidade de cuidar da manutenção, como temos que fazer em nosso canto. Verdade. Nada de pensar em eletricista, se o café acabou, se o banheiro está sujo... pensando nessas vantagens, acabei concordando com o ponto de vista dela.
Em minhas viagens para aulas de pós, já me hospedei em estilos distintos. Desde os simpáticos, onde sou recebida pelos donos que adoram conversar comigo, enquanto saboreio o café da manhã, ou os impessoais, quando só recebo um boa noite ou bom dia quando passo pela portaria para apanhar ou devolver as chaves.
Me lembro sempre de Rui Barbosa, como o mais simples de todos, mas com a comida mais saborosa que amaria degustar de vez em quando.
Recentemente fiquei em um hotel, em Salvador, que além de confortável, tinha uma bela vista, dessas de impressionar qualquer visitante que não tem uma praia como quintal. Hoje a imagem é a tela de proteção do meu computador.
Em São Paulo, gostei tanto de um hotel, que rezava para o curso ou qualquer outro programa encerrar, para de novo tomar um banho quente e curtir aquela cama enorme, pronta para me receber, ociosa por tantas horas.
Isso também me ocorreu em Vitória, mas por outros motivos. Melhor não comentá-los!
No Rio de Janeiro, a hospedagem é perfeita. Já fiquei em hotéis por lá, mas em Copacabana tem um doce lar que é tão bom, tão bom, que deveria sair na lista dos melhores locais pra curtir a cidade maravilhosa, cheia de encantos mil.
Então a melhor hospedagem é mesmo aquele local que nos remete à nossa casa? Pode ser...é bom quando nos reconhecemos em cenários distintos, quanto sentimos uma paz no ar, mesmo quando estamos distantes de casa.
As pousadas também são agradáveis, principalmente em viagens praieiras, no verão. Fiquei em uma pousadinha ótima, em Arraial D'ajuda. Outra melhor ainda em Morro de São Paulo. Nem vou citar Praia do Forte porque é covardia...são todas paradisíacas!
Outra delícia de prazer: assistir televisão, deitada, na penumbra, após um dia de trabalho, num quarto de hotel. Nada de pensar na bagunça das roupas. Só no cochilo merecido. Na manhã seguinte, acordar às pressas, pro café oferecido, que sempre encerra cedo.
Ai, ai... eu e os prazeres simples, que muitas vezes custam caro! Os preços de hotéis são muito altos, mesmo em baixas estações. Uma pena.
Nas viagens pela ONG aprendi muito sobre hospedagens memoráveis. Nem posso recordar muito, sobre o que vivi na serra carioca. Às vezes dói e bate aquela costumeira melancolia, nesses momentos. Passou...o que eu disse antes mesmo?
Foi assim à parte, particularmente penso que, além da passagem transitória como sugere Danuza Leão, estar hospedada em hotéis, pousadas, chalés (qualquer alocação) nos impõe um momento oportuno para o repensar da vida, longe de casa. Ideal (até) para planejar novas viagens, pensar com mais amplitude em sonhos, metas, desafios.
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Pensando sobre, uma lua de mel só podia mesmo ser curtida em um belo hotel...tem sentido, não tem?

5 comments:

  1. Adoro vc reflexiva. Dá nisso: Bons posts.
    bjo

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  2. acho q sou neura... não consigo relaxar em hotéis, fico tensa em deixar tudo arrumado e economizar a lavagem das toalhas e consumo de sabonetes. sem falar q não aumento a tv pra não atrapalhar o vizinho e se tem duas camas, uso uma, com parcimônia. o café da manhã e sempre pão com ovo mexido e café preto. se quero repetir ou experimentar algo, levo as mesmas louças, imaginando em economizar água. acabo de me hospedar num dos melhores hotéis de sp e me comportei assim mesmo. credo...

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  3. Queridas...já estivemos juntas numa mesma viagem a trabalho (hotel em Aracaju)...lembram disso? Maga, colega maravilhosa de quarto. Patiinha, cúmplice das farrinhas despretenciosas e gastronômicas!
    Precisamos viajar as três! Apto triplo, com vista pra ponte em manhattan...rs...Bj

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  4. Hospedar em hoteis é como jogar dados.A imagem que vemos nem sempre reflete a realidade e infelizmente site não vem com cheior dos apts ou dos lençois ou com a temperatura do lugar.
    Mas quando viajo olho tudo e nem sempre da pra acertar.

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  5. Que legal o seu blog, tema que amo. Sorte em seus caminhos.Podemos trocar algumas figurinhas

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