14 August 2010

Uma visão ímpar da Toscana

A narrativa aqui é de outra autoria. Trata-se de uma amiga-irmã, blogueira, dona dos Tropos Líquidos.
Divirtam-se! Me retiro, porque a vez é dela!!
-------------
Chegar na região da Toscana é quase como repetir a experiência da Mia Farrow no filme “A Rosa Púrpura do Cairo” – e se ver, repentinamente, dentro de um filme. Apesar de servir à ambientação estrangeira da novela das oito, nem por um minuto reconheço aquele lugar como o que se reproduz nos cenários do Projac, nem mesmo nas cenas filmadas na Toscana real. Minha estada por lá, me lembra mais algumas cenas do filme Beleza Roubada do Bertolucci, que, aliás, é ambientado no interior da França. Vá entender!

Ficamos hospedados em um hotel rural, que é também a casa de campo de uma bela família italiana. Trata-se de uma propriedade antiga, com uma casa principal de grossas paredes de pedra e explosões de flores por todos os lados. O lugar é cercado de campos verdes que se estendem por colinas que mais parecem almofadas arrumadas cuidadosamente em torno das várias propriedades tradicionais da região e das belíssimas cidadezinhas que surgem sucessivamente para qualquer lado que se vá. E falar os nomes dessas cidades é um prazer à parte: Certaldo (Tchertáallldo ), Montespertoli, Castelfiorentino, San Giminiano...
  
Toda a paisagem é arrematada por ciprestes que ora contornam os campos, delimitando os espaços, ora salpicam graciosamente, assim como os clássicos rolos de feno, os raros campos não fertilizados com uvas e oliveiras. E registro aqui minha emoção em ver uma oliveira de verdade, quase saí correndo pra abraçar uma.

Era verão, por isso o sol se deitava às dez noite e nós, que queríamos aproveitar o clima mais fresco, já que os dias ficavam em torno de 35°, podíamos esticar em torno de uma longa mesa de madeira ao ar livre. Ao anoitecer, se reuniam por lá os hóspedes apreciadores de uma boa conversa e da deliciosa e ritualística comida italiana que não dispensa entrada, primi piatti, secondi piatti e sobremesa, sempre indefectíveis. Pra acompanhar, eles servem sempre o vinho da casa que, óbvio, não levanta dúvidas quanto à procedência e que nos poupa de qualquer preocupação, ou discussão, sobre o que beber.

Apesar de esse ritual todo poder parecer uma grande frescura diante dos nossos costumes, o clima era simples e descontraído, sobretudo pela presença do Davi, assistente da Nona e mineirinho doce, que no dia da minha chegada insistiu em me emprestar seu cartão telefônico para eu falar com minha filha e avisar que estava tudo – muito - bem. Eu já tinha comprado um desses cartões no aeroporto de Roma e não acertara usar, acredite.

Valeu a pena. E digo isto, porque, apesar da licença poética no início do post, minha chegada não foi como um passe de mágica, muito menos rápida. Na verdade precisei pegar um avião em Frankfurt até Roma, num intervalo de troca de avião apertadíssimo, por causa do atraso em Salvador, depois tomar dois trens para chegar em Firenze, um para o terminal de Roma e o Eurostar, para então encontrar os amigos que me levaram de carro até o hotel que ficava em Castelfiorentino, numa região chamada Il Grande Prato. Mas depois de chegar lá, parece que toda essa saga aconteceu em um segundo apenas.

E, sim, não vou resistir em terminar essa minha passagem aqui no Foi Assim: sem usar aquela expressão adorável: Arriverderti!
By G.

6 comments:

  1. Ai Gica, amei sua viagem. Queria ter tomado esse vinho contigo, lá! Na próxima eu vou, juro!! Obrigada pelo presente ao Foi assim: em seu mês de aniversário!!!

    ReplyDelete
  2. Texto bem gostoso, atiça a vontade de conhecer essa bela região da Itália. Obrigado pela viagem virtual.

    ReplyDelete
  3. Marcelo, manda um presente pro Foi assim, tb! Imagem, texto, vídeo, qualquer manifestação experimentada por vc, que tenha relação com viagens, ok? Abraço!

    ReplyDelete
  4. Oi "Marisol" querida...que lindo texto..Eu que tenho insistentes convites p/ conhecer a Itália, só me empolguei com tal possibilidade, para 2011!!
    A Toscana foi bem referenciada também naquele filme:"Sob o sol da Toscana"..Lindo!
    Um beijo bemmm grande, saudades..Dilma

    ReplyDelete
  5. Mana, vou repassar pra Gica, ok? Essa viagem, "dilmadona", será uma diversão!!! Bj

    ReplyDelete
  6. Obrigada, Dilma!! Não deixe de ir, vc vai amar. Se quiser, te dou a dica do hotel que é bem romântico e não é caro...
    Beijo, querida!

    ReplyDelete