22 September 2010

Dois gumes

A internet, poderosa ferramenta, pode servir para fins lícitos ou não. Analogamente, poderia ser comparada a uma faca, que serve para cortar legumes, carnes, ou ser usada por criminosos e bandidos que, de maneira planejada, fria e cruelmente, matam, torturam e assassinam pessoas e/ou animais.
Especialmente neste post, gostaria de reafirmar o quanto podemos nos tornar desumanos, cruéis e irresponsáveis, quando estimulamos a propagação de infâmias, informações distorcidas e/ou imagens falsas, fazendo uso da grande rede de computadores.
Já faz um tempo em que venho dizendo sobre a web ter se tornado um terreno baldio, mas fértil, tanto para difusão de cultura, ciência e arte, quanto para disseminação de preconceitos, injúrias, mentiras, absurdos, pedofilia, e muito mais coisas surreais.
Quisera fosse, e se tratasse somente do lado bom, para apaziguar dores, fortalecer laços de amizade, de amor, ou ainda, colaborar na busca de inéditas oportunidades de trabalhos, entretenimento, diversão e estímulo à produção de novos conhecimentos. O "mundo matrix", como diria meu chefe!
O termo ciberbullying é novo, embora a prática de bullying exista há bastante tempo, desde que o ser humano entendeu que poderia machucar e ferir seus semelhantes, bastando apelidá-los e intimidá-los publicamente. Na internet, esse processo suscita outras dimensões.
Esse tipo específico de assédio ocorre, na maior parte das vezes, de forma velada, praticada pelo famosos "anônimos". Por isso, os vitimados quase nunca se defendem por não conseguirem identificar seus agressores.
E por que estou abordando esse problema, aqui, num espaço privilegiado para tratar de viagens? A razão é simples. Preciso publicizar minha tristeza. Hoje fui comparada a um agressor: o praticante do bullying, no mundo virtual.  
E mesmo não sendo, preciso também, me desculpar, junto a uma pessoa querida, que admiro, mas se sentiu vítima de bullying, por conta de um comentário mal (dito) por mim, num dos blogs mais interessantes e puros que conheço, por essas terras inglórias.
Pensando mais ainda, fato que os estragos são muitos, quando e, principalmente, o agressor (adolescente, falsos adultos) não têm responsabilidade ao escrever, ou postar um recado, nas redes socias, tuitar ao acaso, como se todos pudessem receber explicações e desculpas, assim, como eu estou tentando, e espero que não seja em vão, remediar o dano moral.
Escrever até que me ajudou a desabafar. Fiquei travada a manhã inteira. Não senti fome, ao meio-dia, nem vontade de sorrir. Claro que pedir desculpas, é fácil, mas nem sempre resolve.
Mas, daí fiquei pensando, se mereço ser  perdoada. E li, aqui mesmo, nessa "Neverland":

"Merece perdão quem fez mal sem saber." (Quintiliano).

Então, acho que mereço. Mas aprendi, com dor, que usarei a internet, ainda com mais cuidado. Ou seja, apenas para continuar a cortar legumes saborosos...
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Mais sobre Ciberbullying:
Entrevista, na rádio 96 fm, concedida em 22 de agosto de 2010.

8 comments:

  1. Aconteceu hoje, o que esperamos que ocorra na maioria dos lugares, com a maioria das pessoas: pedidos de desculpas. A velha máxima de que quem bate esquece, quem apanha não esquece, fica marcado quando pedimos desculpas, mas soa como um paliativo do problema que causamos. Não cura, mas ameniza. E a pessoa que a recebe, pode sim dar o perdão necessário e esquecer...
    Mas nem todos tem ombridade pra isso... enfim: é o que temos pra hoje.

    Kika, seu texto é perfeito. Adorei.

    Bjs

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  2. Oi Kiko...liberdade de expressão dá nisso...devemos, mesmo com liberdade, tentar fazer uso da palavra escrita com muita seriedade. Ficou a lição...obrigada pelo carinho!

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  3. juba, essa é a parte difícil da vida: lidamos com jeitos diversos de pensar e o q parece inofensivo pra gente, para o outro é pura crueldade. sinto muito pela situação. fiquei tão pensativa qnto vc: vale a pena? pelo q sou, pelo q acredito e como respeito o mundo e as pessoas, acho q vale. tomara q esse balde de água gelada sirva só para termos mais atenção e não para suprimir a vontade de escrever textos divertidos para amigos como vc. bj,

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  4. O importante é que eu não escrevo no anonimato...a minha coragem, em me expor tanto é por isso...vamos em frente!!!
    Bj, passageira querida! Amiga de todas as horas e grande companheira de viagens!

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  5. Quem em sã consciência poderia acusar vc disso??? Ju não faria mal à uma mosca, que dirás cyberbullying.
    Não entendi nada, mas tudo bem, tá valendo. Depois a gente se fala, bj!

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  6. Olha, Patiinha, moscas eu consigo me livrar, com remedinho ótimo..baratas eu mato, com inseticida, sim..e ratos tb, se soubesse como...rs...mas são insetos nojentos, mesmo!
    Deixa pra lá...já voltei a sorrir, hj...tb, com amigos assim, e uma lua cheia lá fora..bj

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  7. Pois é, amiga viajante, também fui mal interpretado uma vez - injustamente. Sei como se sente e acho legítima esta sua busca de reparação, mas desencana que isso sai com o banho... um território sem dono como a internet tem dessas coisas. Ótimo texto.

    PS: obrigado pelos comments no facebook. Um beijo pra você.

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  8. Verdade, Marcelo. Já estou menos triste. Aliás, acho até que fiz drama...a tpm chegando...risos...obrigada pelas palavras, sempre especiais. Bj

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