30 December 2010

Mais e melhor

Hoje não resisti e rastreei um local que eu pudesse estar conectada. Estou num lugar paradisíaco em Ilhéus. O único problema (no meu caso solução) é que não consigo me conectar!
E quando me dei conta do dia do ano, a véspera da véspera, me senti ligeiramente irresponsável por não ter postado algo que remetesse ao momento mundialmente vivido por todos nós, regidos por um mesmo calendário.
Por essas terras, delícias a céu aberto. Meu sobrinho de três aninhos rouba a cena e nos encanta a cada palavra dita, ou música parcialmente reproduzida. Um fofo, de bundinha branca e olhos cor de azeitona.
Mas nada de fotos dele publicadas aqui. Se tem algo que aprendi é que a net é um terreno baldio. E tenho medo de lugares abandonados, sem eira nem beira. Quanto menos exposição de imagens, me sinto menos vulnerável.
Mas de verdade, não sei quem vai parar pra ler isso aqui. Nem imagino quem está conectado, ou interessado em estar conectado. A vida lá fora, a família, os amores, o sol, a vida em si...isso tudo junto deveria nos devorar, nos entreter integralmente.
E como só penso no que está lá fora, resolvi olhar aqui pra dentro. E sabe o que descobri? Que a vida acontece em qualquer instância, em diferentes tempos. Que (saber) conviver é mais que uma arte: um aprendizado diário, que devemos aprender e reaprender e desaprender para aprender de novo. E do zero.
No dia 30 de hoje já sorri e já chorei demais, já disse "te amo", já pedi desculpas, já me despi da vaidade, da arrogância, dos maus pensamentos que rondaram 2010, de cima a baixo. Uma relação foi discutida, revista, repensada. E olhei nos olhos dos meus seis irmãos. E dos sobrinhos. E dos tios e tias. E dos primos. Somos uma família 7.3. Em casas diferentes, amontoadas ou organizados, cada núcleo com seu ritmo, temos compartilhado a convivência dos últimos dias desse ano, que ainda teima em se arrastar. Uma experiência maravilhosa, que tenho certeza, voltaremos a repetir. Amamos o tumulto dos reencontros. As despedidas regadas a abraços, sorrisos e lágrimas.
Agora eu voltar pra eles, pra vida lá fora. Pra quem ler isso aqui, sugiro tentar fazer esse exercício, ou exorcismo. É bom livrar-se de ruídos de comunicação. É bom dormir de alma lavada, após uma conversa franca, após dizer as verdades e não desejar ouvir mais mentiras. É bom ceder, também. É vital recuar quando necessário. Mas é péssimo fingir que está tudo bem. Tudo bem, uma pinóia! Abrir o verbo e dizer tudo é uma catarse. Mas temos que aprender a fazer isso com classe, com diplomacia, com gentileza. O rancor parece erva daninha no coração. Machuca, incomoda e até fere.
Por isso, na bagagem para 2011 eu desejo um novo ano de melhores convivências para todos nós. Que o ambiente de trabalho, de casa, da net (por que não?), seja o mais gentil possível.
Arestas se apagam, outras nascem. Mas, mais amor e mais carinho, quanto mais melhor.

a estrada da vida, uma linha reta?

6 comments:

  1. Eu aqui adiando o horário da sopa do menino pra ler esse textão seu. Excelente reflexão! Eu vou sempre dizendo, vc sabe, não guardo mais nada. Sou despachada mesmo, despacho tudo de ruím.
    Um bjo amiga, e um ano novo brilhante pra vc!

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  2. Nossa jubs, se todos fizessem isso.... Acho q talvez o mundo fosse um lugar diferente!

    Depois 2011! Que seja cheio de energia e emoção! Pq sem ela, nao tem graça!

    Bjos!

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  3. belo texto, sábias palavras, como sempre vc tem um sensibilidade incrível e um dom de refletir as coisas mais simples do momento com profundidade da alma, bjs e bom inicio de ano.

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  4. Patiinha...2011 já está no solo...breve, seu aniversário, depois o meu...e nossos reencontros festivos! Bj

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  5. E de Edu, E de energia e E de emoção!!! Bj

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  6. Oi Katie, obrigada pela visita e palavras tão especiais! Volta sempre!! Feliz 2011 pra você! Bj

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