"Conto os dias, conto as horas pra te ver..."

Estou antecipando a parte chata da viagem dos próximos dias. Sei que vai ser um correria daquelas. Sei que vou ficar com os ouvidos pedindo "basta de vôos". Sei que posso me entediar com as muitas horas no ar, ou em solo, nos aeroportos de Maceió, Brasília, Cuiabá e Porto Velho. Mas prometo não me entediar. Depois teremos três horas e meia de estrada, para chegar na cidade de Guajará-Mirim, que pelo nome, deve ser mirim em vários aspectos; isso pouco importa, até porque as pessoas que mais amo no mundo estarão lá, transformando o local em parque de diversões.
O que vou viver, nos intervalos das trocas de aeronaves, não será de puro desprazer. Pelo contrário. Amo tomar café com pão de queijo nas cafeterias apinhadas de pessoas de diversos jeitos e trejeitos. Também gosto do ritual que há no embarque e desembarque. Claro que se lembram disso; as filas nas esteiras me adoram....e claro, vou me divertir com as próximas.
Também fico pensando na emoção dos reencontros, dos outros que observo de perto ou de longe, e os meus reencontros. Vou estar em família, com a minha família, núcleo formado pela minha mãezita, a aniversariante da semana, meus cinco irmãos, cunhadas, sobrinhos.
O incômodo com as horas das viagens certamente nem aparecerá no saldo final, desse meu novo itinerário. Daqui, penso só nos abraços que trocaremos, na tentativa que sempre tenho em viver a rotina deles, longe de mim. Pretendo grudar em Luquinhas, pra tentar tatuar na memória a perfeição dos seus olhos cor de azeitona e sorriso afetuoso; quero ouvir o pai dele cantarolar no violão, deitar na rede com os outros dois, prosear com as manas, sobrinhas, seus amores, seus projetos de vida, e dormir ao lado dela, a nossa setentona tão linda quanto as canções dele, do setentão que ela adora ouvir. A festa dela promete. Um diário de bordo deve rolar por aqui, afinal, aguardar por embarques estimula a minha imaginação a trabalhar mais rápido. Costumo dizer que as minhas viagens são cheias de intenções, e uma delas, óbvio, tem a ver com a possibilidade de escrever e atualizar o bloguito! Agora, me permitam bater em retirada. Quero dormir logo, acordar rápido, fazer o dia acontecer e a madrugada chegar ontem. Viajo às quatro da matina, no raiar do dia da minha mãe, o dia cinco de maio... serão dias corridos, mas espero que sejam bem compridos e vividos.