9 May 2011

Entre o norte e o nordeste

Quem leu o post anterior, sabe que fiz algumas previsões. Ainda bem que não sou "mãe Diná-Ju". Sorte minha eu não ser tão vidente assim. A vida não teria graça. O mundo poderia ser tudo, menos surpresa.
O inusitado é quase sempre tão interessante de ser vivido quanto assistir a um bom filme, em boa companhia, sobretudo se vier acompanhado de um saco grande de pipoca quente, e um refrigerante gelado, com bastante gás, que durem o suficiente ao longo da projeção. Claro, na fase colesterol que estou, tudo que digo ou penso acaba em pizza. É que consigo incluir romance até em situações gastronômicas.

E desejando quilos a menos, segui a viagem conforme rota definida com meus manos. Maceió rapidamente ficou pra trás. Passeei por aeroportos distintos. Brasília, Cuiabá, Porto Velho, Salvador. Longe. Eles moram longe.
Tivemos, sim, horas abusivas de vôo, muita espera, muita ansiedade, muita vontade de condensar o tempo e as distâncias numa cápsula, para depois jogá-la fora, pra quem sabe assim segurar a felicidade, num piscar de olhos. Tolices. Não controlamos nada. A fantasia nunca se sobrepõe à realidade.
Mas tratamos de aproveitar as horas, de forma que o inusitado nos acontecesse. E aconteceu. Mais uma vez fomos felizes ao lado dela, deles, delas, daqueles que nos fazem acreditar que viver pode ser divertido, leve, e até cômico. Rimos tanto, durante. Choramos tanto, ao final.
Somos muito críticos; julgamos, opinamos, adentramos nas escolhas do outro, insinuamos o que poderia ser feito, que provocasse efeitos novos. Discutimos sobre as conquistas, os dissabores, as dificuldades, as limitações de cada um. Catarse total. Era pra ser leve. Mas foi denso. Não era pra ser assim. Ou era pra ser assim. Preciso lembrar: não sou "a mãe Diná-Ju".
Conclusão das manas: precisamos de mais tempo com nosso núcleo. E de menos quilômetros entre nós. Precisamos uns dos outros. Ela, eles, elas, nós. Somos uma turma altamente inquieta. Gostamos de café com pão, farofa com torresmo, carne assada na brasa, conversa em roda. Pouco importa se estamos reunidos numa cidadezinha de Rondônia, cercada pelo verde, ou situados em uma bem praieira, na Bahia. Ah, saudade, por favor, me deixa em paz, me abandona de uma vez...
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Claro, eu sempre soube que a saudade é imperiosa, devastadora. Ela aprende a ganhar mais força com os reencontros. Nem preciso ser "mãe Diná-Ju" para entender isso, na hora da partida. Partida, estou.

7 comments:

  1. Família... laços eternos.
    Coisa boa. Que bom!

    bjo, amiga

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  2. Que Mãe Diná-Ju nos traga boas previsões. Boas andanças, boas viagens, boas idas e vindas. E que as boas lembranças da família permaneçam cada vez mais vivas na sua bagagem. Um beijo, amiga viajante.

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  3. Discordo. Saudade deveria fortalecer laços, criar riquezas, competências, para nos impulsionar para perto de quem gostamos. Saudade deveria mover mais que a fome hoje, saudade deveria ser lembrar que eu estou longe pra caramba de um amigo que nem conheci, lá na China, e que se eu me esforçar, um dia vou conhecer e em outro dia vou visitar e nunca mais me esquecerei dele.

    Ps: estarei em Maceió no domingo do dia 19/6. Estarei ocupado até as 19:00. Jantamos?

    Bejo!

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  4. AH, uma coisa sobre saudade.

    Recomendo este texto, da minha querida irmã:

    http://desilusaododia.blogspot.com/

    Bejo!

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  5. Patiinha, família e amigos: laços eternos!!!

    Marcelo, você é um querido! Bj

    Edu, vou visitar o blog da sua mana...suas definições de saudade são todas verdadeiras...ah, quanto ao convite do dia 19/6, aceito! Adorei saber! Bj

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  6. Como disse a Clarice Lispector:
    Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
    Gostei muito de ler seu blog. Seu texto é ótimo, parabéns!

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  7. Mana..só hj abri e li as suas passagens.Que viagem louca!!
    Mas bem prazerosa ,já que os filhos e, quase todos os netos de Seu Waldemar e D. Nalva se reencontraram!se foi pesado,eu é quem sei,com minha mania de ficar até o galo cantar,dá nisso!!
    Um beijo..saudades sem fim.."é melhor ter saudade do que caminhar vazio".(Peninha)

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