31 May 2011

Tudo isso importa

Será que ficou claro que o meu bloguito traz narrativas do que já se passou, e por isso ele tem verbo no passado? Será que ficou claro para quem aqui chega que esse espaço tem relação direta com histórias e estórias de uma blogueira viajante, que não se conforma com o mundo como ele se manifesta, e, por isso, o reinventa na escrita, reelaborando até mesmo as coisas já vividas? Pois então. É assim que funciono. É assim que vivo. É assim que sou. Viajo em coisas, em pessoas, em situações, em enredos, em novelas, em músicas, em filmes, em cenas do meu cotidiano. Se eu não materializasse na escrita, talvez eu não me sentisse tão completa. Se eu não contasse com este recurso, eu não estaria tão sensata, tão tranquila, e tão incomodada com os dias vazios, sem um amor pra me transbordar. Me vejo mais romântica, mais sonhadora, mais utópica, certamente. Me perdoem os céticos, os práticos, os objetivos, os acomodados, os pessimistas, ou realistas demais. Me perdoem os que não me compreendem ou me aceitam como me manifesto. Me perdoem se não sigo o que é politicamente correto seguir. Se não sigo a lógica. Se não aprendo a ser ou querer menos. Se não me acomodo em relações provisórias, sem nexo, casuais, que me sugam ao máximo, mas que me permitem o mínimo. Ser estepe, ser atalho, ser migalha, ser uso, ser descartável, ser aventura... não quero ser nada disso, nem ter nada disso. No meu viver, me basta ser eu mesma, cheia de defeitos, sonhos, fantasias, loucuras, desejos, devaneios, surtos e silêncios. Nunca tive depressão. Meus estados melancólicos duram apenas algumas horas. Talvez um dia inteiro. O que escrevo é por pura satisfação pessoal; não é por vaidade, por exibicionismo, pra fazer propaganda do que quer que seja, até porque não quero nem recebo um centavo por estar aqui. Se eu pudesse ser mais anônima, não falaria de mim, de minha família, mas apenas do que projeto. Então não seria o foi assim: portanto, não seria eu mesma. Insisto. Publicizar minhas impressões não indica exposição da minha essência. Quem me conhece, além dessas linhas, sabe disso. E o que sou hoje, posso não ser amanhã. Espero ser melhorada e cada vez mais amanciada, mais leve. Vou lutar para nada nem ninguém me embrutecer. Quero aprender a ser mais humana, mais gente, mais interessante, mais afetuosa. Quem me lê, me segue, ou me persegue, seja bem muito bem-vindo ao meu mundo particular de emoções e preocupações. Mas [agora] preciso ir. Acho que [agora] já esvaziei o que precisava desabafar.

4 comments:

  1. E é assim que esse espaço é bom... com posts fantásticos, descontraídos e muito bem escritos. Beijos!

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  2. Minha cara Ju, amoooooooo ler as linhas deste seu mundo particular. Me emociono e me divirto muito com seus "causos"...rsrs
    Seus posts são maravilhosos, pois a percepção que vc tem deste mundão de meu Deus é repleta de sensibilidade.
    Bjs de luz

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  3. Desabafo com cara de resposta...
    Ju, quem te conhece te ama assim, e nada mais importa, amiga.

    bjão

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  4. Obrigada, queridos. Vocês estão muito perto de mim, mesmo que as distâncias físicas nos separem...amo muito cada carinho virtual (e real), que vem de vocês! Bj!

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