2 June 2011

Até a alma

Sou tão sugestionável, que me entristeço pela tristeza alheia e faço festa, comemoro, quando vejo alguém radiante. Fico pensando se não tenho personalidade, tamanha a minha capacidade de me transportar pra emoção do outro. Recentemente estive num casamento de um casal que eu desconhecia mas que, ao final, restaram os noivos e suas famílias. Por sorte eu permaneci entre eles. Foram tantos relatos e lágrimas que juntos desaguaram, que logo eu estava precisando de lenços. Em 2009 estive visitante do cemitério "jardim da saudade", em Salvador, por diversas vezes. Ninguém muito próximo a mim faleceu naquele ano. Mas fui e prestei minha solidariedade aos amigos desolados. Naqueles dias de tristeza, chorei como se a vida também não fizesse mais sentido pra mim.
Meu irmão do meio é um fofo. Ele já teve um amor de cinema. E esse amor não era só entre eles dois. A família inteira amava aquela garota. Era como se fossem "almas gêmeas, carne e unha, bate coração...". Eu nem acredito nisso, mas estamos em junho, enfim. De lá pra cá, anos se passaram, após se separarem. Mas o olhar dele ainda se perde ao entoar uma música em seu violão. Não sei se me projeto neles, pela má sorte de o destino os terem separado, ou por terem vivido um amor de verdade, com paixão, sofreguidão, insistência, prazer. Temo pelo meu mano, que não olha mais, nem de perto nem de longe, daquela forma. Temo por ele não ter mais esperanças de viver algo parecido, ou quem sabe maior. E, por tabela, temo por mim, por ter me esquivado do amor, como quem se sabota, sabe? Mas o que queria dizer mesmo, e talvez já tenha dito, é que o tal dia dos namorados me deixa mais sugestionável. Deveria, nesta data, ser o dia dos casais enamorados, de um verdadeiro encontro amoroso, daqueles parecidos com o do meu mano e sua garota que se foi.

1 comment:

  1. Não se sabote mais. O amor é uma coisa boa. Mesmo que acabe um dia.

    bjo, amiga solidária!

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