16 August 2011

Presente marinho


Uma viagem romântica? Como é isso? Como começar a escrever um conto, cujo título já vem pronto, sugerido por ele? E agora, como faço para escrever sobre nós dois, sem parecer tão escancaradamente meloso? Não imagino. Sou açúcar, para sempre, a partir de hoje.
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Ele se intitulou “mar”, o “mar de ju”, ou seja, o meu mar. Então fechei os olhos e escutei o som que vinha do mar, pra lembrar dele, do meu mar. Me lembrei de tudo o que fomos, no passado. Da saudade entranhada, dos mínimos detalhes vividos. Deu vontade de voltar a me banhar, naquele mar de memórias prazerosas.
Experiência inusitada essa. Ganhar o mar de presente, num título de um conto.
Já me presentearam com a lua cheia. Na época, fiquei demasiadamente feliz. E passei a olhar a lua com mais carinho, mais paixão, mais amor. E por causa da lua cheia que um dia ganhei, resolvi presenteá-la também.
Presente caro. Raro. Vale mais que mil palavras, mais que um milhão de jóias, ganhar uma lua de presente.
Agora, imagine ganhar a imensidão do mar, inteiro, com todos os seus mistérios e belezas, todo pra você? Já pensou o que é receber esse magnânimo presente, assim, do nada, numa noite que a lua está minguando e ele, o mar, agitado e prepotente, aceita com prazer, receber o reflexo minguante, em suas ondas?
Emoção: foi como ter ele de volta, em meus braços. Sou pura felicidade. De saber que tenho agora a lua e o mar, em mim.
E quem é o senhor das marés, que diz ser meu? Ele é uma alma boa, do bem, que destoa das demais. Tem um humor que adoro. Um jeito de dizer as coisas que me faz sorrir e ficar boba. Ele tem um olhar terno, e ao mesmo tempo forte, daqueles que quando olhamos, parecem ser dois faróis que brilham somente em nossa direção. Como se ele só enxergasse a mim, à sua frente, e nunca tivesse prestado atenção em qualquer outra coisa, entre o céu e o mar.
E, como o mar, ele é devastador. Abriu a minha mente. Me desnudou a alma. Desbravou meu coração. Estudou e conheceu o meu corpo. Mergulhou nos meus desejos. De certo, também aprendeu a me amar.
Agora seremos dois cúmplices e inesquecíveis um pro outro: a Ju do Mar e o Mar de Ju.

2 comments:

  1. Que coisa bela Jú. Agora é só navegar. Abraços!

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  2. Oi Luiz, obrigada pelo elogio e dica...nem sempre podemos navegar em rios já navegados. Esse é um amor acabadaço. Ao menos, está aqui, eternizado. Bj!

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