10 January 2012

Sobre ontem à noite

Parece título de filme, não é? Mas foi assim mesmo: como num filme. Quando me vi, eu era a mocinha abandonada pelo vilão do filme. Viajei em nossos momentos. Pelos cenários. Pelas viagens do que fomos. Ou do que achei que fomos. Dei uma pausa na tela e vi uma imagem que me doeu compreender. Fiquei achando que era interferência de outro canal. Que era uma história dentro de outra. Que não poderia ser verdade. Não pra mim. Não depois do que vivemos. Não antes de vivermos o que tínhamos ainda pra viver. Mas era verdade. É verdade. Como num filme, vi o passado misturado com o presente e não visualizei futuro. Diferente daquelas séries americanas, não haverá capítulo seguinte com as mesmas personagens. Fui demitida pela emissora, por justa causa. O seriado acabou. Agora? Ah, vou tentar teatro. E ele? Ah, deve estar estar muito bem empregado, por ser o mocinho mais verdadeiro de todos os tempos. Nunca vi nada igual. Sabe encenar tão bem, que por isso foi tão difícil eu acreditar que a magia do cinema transpôs a realidade. Mas de certo, foi tudo uma grande filmagem. Como em "E o vento levou". E eu descobri que não sou boa atriz. Não consigo nem rir nem chorar. Estou com aquela cara de paisagem. Não de uma paisagem paradisíaca. Uma paisagem estática, sem vida, sem graça. Me mandaram virar a página. Me disseram que não vale a pena. Que sou melhor que ele. Maior que a triste cena. Me disseram que isso passa. Eu sempre brinco que até a uva passa. Sem hipocrisias, por favor! Não vou torcer pra que sejam felizes para sempre. O filme terminou e não haverá remake. Não há sequer a possibilidade de eu querer protagonizar qualquer nova situação. Fui demitida, lembram? E pior: soube de forma perversa. Soube pela rede social. Outro título de filme. FIM.

4 comments:

  1. Lembra daquela musiquinha da época da Jovem Guarda: "Oh oh oh, filme triste que me fez chorar..."

    Melhor sair do cinema e esquecer, quem sabe assistindo a uma comédia...?

    bjo <3

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    1. Patiinha, obrigada pelo apoio... eu só posso mesmo agradecer... já estou digerindo e não tive muitos efeitos colaterais! Viva! bj

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  2. Prima querida,

    Porque será que sofremos tanto quando um amor acaba? Dificil explicar, ou tentar confortar aquele(a) que se sentiu abandonado(a)....ou traido(a)...O que dizer numa hora dessas??
    Deixo-lhe as palavras de Drumond, que falam por si....
    Beijos
    Virgínia

    “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
    A dor é inevitável.
    O sofrimento é opcional."

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    1. Pritoooooooooo... perdas são ganhos às vezes... vamos ver o que o futuro nos reserva... beijinhos!

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