16 March 2012

Acordei doutoranda...

Me parecia ser apenas um sonho. Hoje JÁ é realidade! Estou tão feliz, que pareço triste... louco isso? É assim que sou. Foi assim que me construí: alheia às vontades alheias, fiel às minhas, muito contraditória e instável como o ar. Isso deve ter relação com a passagem de Urano em minha carta natal. Sim, muito atenta, mas sempre insegura com o futuro. Sim, antenada com a possibilidade de conquistar mais e mais desejos.

Penso que, para além de planilhas no excel, ou posts nesse bloguito, eu venho colecionando ganhos. Dito de outra forma, venho diminuindo as perdas. Tento eliminar os quilômetros ociosos, aqueles que nada contribuem para nos elevar, nos tornar mais humanos, mais dignos, mais merecedores de novas conquistas. É preciso ser humilde pra entender que falhas e insucessos tem relação direta de como nos manifestamos e nos relacionamos. Eu disse que tento. Preciso investir mais. Muito mais. É como o tal do plano de voo, que todo bom piloto sabe como fazê-lo ou melhorá-lo. Estou nesse processo inacabado, ciente do quanto ainda tenho que percorrer e enfrentar tantas estradas e suas muitas curvas.

Voltando à minha nova realidade... ai, o fardo passou. Quero voltar a ser leve, embora a dureza do processo tenha deixado suas marcas. Não importa. Ficou agora, mais uma vez, a certeza de que posso [mesmo] tudo naquEle que me fortalece. Uma passagem bíblica e um mantra particular, que mentalizo todos os dias em frente ao espelho, quando saio de casa, quando adentro num novo espaço, e também quando fecho minhas pestanas.

Por falar nelas, dormi com aquele gostinho de sucesso. Com um sorriso nos lábios. Revivi os últimos 4 meses num filme alucinadamente lento. Foi devagar [quase parando] que percebi o quanto fiquei reclusa, escrava, presa a mim, à minha intuição. A danada é das brabas! Consigo me orientar por ela, através dela. E dá tudo certo. Não vou perder isso de vista. Nem quando eu estiver com seres extraordinários me dizendo pra seguir por outra via. É que não curto atalhos ou remendos. Gosto da avenida principal. Sempre.

E ao voltar no tempo, me dou conta de que a viagem do doutorado começou desde que cheguei em Maceió, para morar. Exatos 13 meses e 10 dias. Fiquei com essa fixação de que deveria cursá-lo ao mesmo tempo em que cumpriria o estágio probatório. E pelo visto, devo ser tão do bem que Deus, ou meu pai que está ao lado dele, me presenteou com essa conquista. Ele tem sido generoso comigo. Me sinto prestigiada. Ao meu lado sigo rodeada de homens e mulheres com sonhos parecidos. Estou cercada de cúmplices e almas boas.

Conclusão: não tenho mais dúvidas do quanto sou forte e sortuda. Não é qualquer um que aporta em uma cidade nova e é agraciada com tantas bençãos, em apenas um ano de vida. Hoje carrego um currículo cheio de novidades, estabeleci um diálogo de confiança com alunos e professores, tive projeto aprovado, consegui angariar recursos pra Universidade, venho firmando parcerias com escolas e secretarias de educação. Tenho novos amigos, um punhado de colegas generosos, um vizinho absurdamente lindo: o mar como cartão postal e parceiro de boas caminhadas na orla. Tenho ainda uma piscina tratada, para eu mergulhar com vontade e mexer o esqueleto. Por fim, e de quebra, AGORA carrego um doutorado no bolso. O que pedir? Nada. Preciso só agradecer. De novo e sempre.

Ah, e o amor? Será quando partirá em minha direção? Será por que demora tanto pra me encontrar? Ah, quem sabe não chega sorrateiro, tímido e me conduz à novos sonhos? Talvez. Por causa desse sonho, que a cada lua cheia se refaz, acho que vou continuar a dormir sonhando. Sou mesmo uma doutoranda que sonha alto, exatamente como a lua, que sempre alta vive, lá no céu, não é mesmo, Fernando Pessoa?

12 comments:

  1. Nega,
    Parabéns por mais essa conquista! Você sabe que sempre acreditei que isso aconteceria, era só esperar o resultado para confirmar a minha certeza. Parabéns futura doutora!
    Quanto ao amor, do jeito que você está cuidado do jardim, ele logo aparecerá! Quem resiste a uma (quase)doutora?
    Beijo,
    Mari

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    1. Ser humano... vc é uma tiete, não dá pra confiar em sua intuição... brincadeira... amiga, sei o quanto gosta de mim e no meu jardim está vc, flor querida, um gostar que nunca morre! Bj

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  2. Lindo texto Ju! Você é merecedora de tudo isso...Parabéns! Agora é hora de colher os bons frutos... quanto ao amor?! Não tenho duvidas que logo chegará! Felicidades sempre! Beijos.
    E. Reis (via FB)

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    1. Querida e minha colega Psicopedagoga!!! Vc é uma fofa! Valeu pelo carinho e pela leitura! Bj

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  3. Eita texto bonito, hein... quando a gente escreve com emoção é assim, poesia pura.
    Assim como a Mariana, nunca duvidei que esse dia chegaria, lembro de vc me contando esse projeto do doutorado concomitante ao probatório. Tá dando tudo certo, vc merece, aproveita.
    Só discordo do título. Vc não acordou "doutora", vc conquistou isso.

    Dois grandes beijos, meu e de Bento.

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    1. Patiinhaaaaaaaaa... consegui!!! Foi dureza, amiga... mas quem disse que seria fácil? Risos... Bj em Bento e outro procê, amiga querida!

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  4. Fofa! Se joga mesmo! Bj!
    Georgia Cêa.

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  5. Um texto sincero e sensível, que honra o seu mérito. Parabéns, Doutorando Viajante. Cada vez mais sucesso pra você.

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    1. Obrigada Marcelo! Seu texto dessa semana está muito bom! Fiquei surpresa com a abordagem!! Bj

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  6. Minha querida viajante, o que são os sonhos senão o primeiro passo para a concretude? Só há uma coisa a ser dita: PARABÉNS!!! Ou melhor, duas coisas: PARABÉNS!!! e VOCÊ BROCOU!!! Um grande abraço e sucesso na nova empreitada.

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    1. Luiz, querido! Muito obrigada pelo carinho!!! Beijo!

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