18 May 2012

Ser professor é... lutar!

Mobilização JÁ!
Como é do conhecimento de todos, ou deveria sê-lo e certamente a mídia não cumpre ou não apresenta interesse em propagar, importante que saibam e socializem, amigos e visitantes queridos, que os sindicatos/associações docentes das universidades federais do Brasil, filiados à ANDES-SN [Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior]- deflagraram greve desde ontem, 17 de maio, com várias reivindicações, todas plausíveis, justas e merecedoras de atenção e, sobretudo, negociação urgente e necessária, a ser assumida pelo gestão atual do Ministério do Planejamento.
Isso mesmo, a carreira docente não é pauta específica e tão somente do Ministério da Educação. É no Ministério do Planejamento que reside o nosso gargalo. 
Roberto Leher, professor da UFRJ, em palestra no ano passado em Maceió, analisou que talvez esse seja o elemento balizador para compreendermos como a universidade brasileira deixou de ter garantida a sua autonomia [por ora engessada] em virtude de ter suas decisões orçamentárias pensadas por sujeitos que não entendem nem pesquisam sobre educação superior, muito menos sobre as funções sociais da universidade e menos ainda sobre a importância de se respeitar e garantir as condições para que o tripé ensino-pesquisa-extensão seja efetivado plenamente.
São esses mesmos sujeitos, desprovidos dos saberes pedagógicos e/ou experiências educacionais edificantes, que elaboraram e propuseram propostas surreais como REUNI, PROUNI, FIES. São eles quem validam avaliações amplamente comprometidas como o ENADE, que sabemos: servem para ranquear as instituições e gerar ainda mais pânico entre estudantes e professores, quanto aos seus "desempenhos" mensuráveis.
Certo é que todas essas políticas neoliberais vem estimulando a precarização do trabalho docente. Aliás, há um ano e três meses como servidora federal, passei a ouvir demasiadamente palavras cheias de significado, como: precarização e sucateamento. 
Então, pra repensar o que é justiça e decência, ou pra não adoecer junto com os que já se acomodaram, apoio esta greve, mesmo estando em estágio probatório, afinal, não há nada legalmente determinado que me intimidaria, felizmente.

Reivindicações centrais: 
  1. reestruturação da carreira docente, prevista no Acordo 04/2011, descumprido pelo governo federal, com valorização do piso e incorporação das gratificações;
  2. melhoria das condições de trabalho docente.
Informes:
  • Até a presente data, 18 de maio, são 33 associações de docentes, vinculadas às IFES- Instituições Federais de Ensino Superior que já aderiram à greve. Confiram a lista aqui!
  • Para saberem mais sobre a greve, por tempo indeterminado, visitem e divulguem este blog: Professores em Luta

8 comments:

  1. Eita moça engajada...

    Acho que a UFBA não aderiu não.

    A luta continua!!!

    bj

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    1. Amiga, estou me engajando! Greve é assim... ainda é cedo pra comemorar, mas a adesão está crescendo... a UFBA, talvez não... uma pena. Bj

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  2. É Jú, as pessoas que pensam as políticas voltadas para a educação superior não têm nenhuma noção do que fazem. OS cargos políticos são apenas políticos e nunca técnicos, o que prejudica os destinatários das ações específicas. Parabéns! Continuem lutando...

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    1. Oi Luiz! Agradeço o incentivo e comentário!! Beijo, querido!

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  3. Sua reflexão é extremamente necessária! Pensando que a Universidade precisa sair do encastelamento em que as políticas mercadológicas têm lhe colocado, assim o acesso a educação superior e a ampliação dos espaços são resultados de uma inclusão precarizada, que afeta frontalmente docentes e discentes das Universidades públicas, diante destes elementos é necessário o engajamento de todos na luta por uma educação superior calcada na velorização do trabalho docente.
    Parabénsssss amiga pelo empenho!

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    1. Beta, querida, estamos juntas... risos... um abraço e obrigada pelos elogios rasgados... fofa!!!

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  4. Tô contigo, fessora. Nota 10! Um beijo e boa semana, Ju.

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