Claro que não sou crítica de cinema e, portanto, isso aqui não pretende ser resenha. Foi só um jeito que encontrei para registrar minhas impressões boas sobre o filme, que podem servir de estímulo [ou não] para que outras pessoas queiram assisti-lo, a qualquer tempo:
HASTA LA VISTA começa com imagens rápidas, cheias de vida. Apresenta duas garotas correndo na areia de uma linda praia, sem nenhuma música, além dos sons da natureza, das ondas do mar, das suas respirações ofegantes e dos seus passos largos. São saudáveis, bonitas, fortes, sorridentes, livres. Me pareceu que estavam ali presentes para mostrarem muito mais que uma simples atividade aeróbica. Talvez para exibirem a sorte de terem autonomia e farta energia corporal. Entendi, então, que os primeiros minutos da projeção, me pareceram como sendo um preparo para que o espectador já começasse a repensar a sua própria condição de vida- tendo ou não tendo limitações para andar, correr, ver, ouvir, falar- entendi que, na verdade, retrataria o outro lado da história.
E foi assim: que viajei na proposta fílmica: uma comédia dramática francesa, que conta a história de três jovens de 20 anos, que moram na Bélgica e são deficientes físicos: um cego, um paraplégico [com um câncer, em fase terminal], e um tetraplégico. O filme não é piegas nem moralista. Os três são amigos inseparáveis e vivem suas juventudes de forma alegre, com as dúvidas, infantilidades, preconceitos e desejos juvenis como qualquer garoto na transição para a vida adulta.
uma boa crítica, clica aqui |
Como resenhou Roberto Guerra: engraçado, divertido e sincero, em Hasta la Vista não são estereótipos que usam cadeiras de rodas ou se apoiam em bengalas. O roteiro de Pierre De Clercq constrói personagens interessantíssimos, que lidam com seus problemas como todos nós, ou seja, nem sempre da melhor maneira.
Lendo a resenha e relembrando o filme, agora me dou conta de que uma boa viagem não necessariamente termina ou se dá no destino final, mas no que vivemos e encontramos pelo caminho. No que descobrimos sobre o mundo afora, sobre nós e sobre os outros. Sobre as mudanças que somos estimulados a fazer, quando estamos na companhia dos amigos ou de desconhecidos.
Foi bem isso que aconteceu, a partir dos estímulos doados pelo quarteto genial de protagonistas [e equipe inteira da produção]. Com sensibilidade e mensagens importantes sobre o respeito à diversidade e o culto à amizade, o filme provoca a todos nós, mortais, prepotentes e muito, muito deficientes. Pelo que vi e pelo que vivo, poderíamos aprender a viver melhor com o que temos, com o que dispomos. Ou com o que estamos dispostos a mudar para [con]viver melhor com as diferenças.
*título-trecho, música de Tim Maia.
Você viajou na poltrona do cinema e eu viajei aqui na minha cadeira, com o seu relato-resenha. Fiquei instigado a assistir. Obrigado pela cine-trip, amiga viajante! Um beijo.
ReplyDeleteOi querido! O filme é bom sim e aposto que é despretensioso. Agrada por isso, também... assista sim! Veja se não tem disponível na internet... um beijão.
DeletePoxa, amiga, que interessante. É difícil ver filmes que retratem (sem ser piegas) as dificuldades enfrentadas por deficinetes e doentes terminais.
ReplyDeleteSem dúvida uma excelente dica. Tá anotado!
PS: Vc chorou?
bj
Pois é... contive a confirmação óbvia sobre o meu choro, porque isso não é critério para revelar se um filme é bom ou não é... dependo da fase do mês, como agora, choro até com propaganda de margarina... um caos. Mas assista, amiga... leve Luiz Paulo junto. Vocês vão amar! Beijo!!
DeletePuxa, Ju, achei bem interessante esse filme e pelo seu relato parece mesmo muito bom! E você mergulhou mesmo na história. Bacana! Beijos!!!
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