5 November 2012

muitas viagens numa só

Estou fervilhando. O coração, tranquilo. As ideias, latejantes. Vésperas da crise resultante da TPM deste mês. Quanto mais elimino os pensamentos conflitantes, novos surgem e se apossam, à revelia, do meu tempo, de mim. O meu sossego tem nome e sobrenome: JANEIRO, Rio de.
Esse título já faz parte dos meus referenciais autobibliográficos. As normas da ABNT dos meus dias bem vividos começam e terminam aqui, nessa cidade que faz parte "desse país tropical onde moro, que é abençoado por Deus e bonito por natureza".
Se tem uma coisa que amo é plagiar músicos como Ben Jor, que sabem reverenciar uma cidade como esta, exatamente como o faz Lenine, que nos convoca e nos instiga a conhecer e a experimentar as belezuras de cá e de lá!
Conspirei para que o semestre letivo acabasse mesmo em 31 de outubro e que novembro fosse um mês doce, como aquele filminho com esse título, tão bonitinho de se assistir, em dia chuvoso, com direito à cobertor e uma caneca com chocolate quente, descansando numa mesinha ao lado da poltrona. 
Hoje o dia está assim: pedindo filminho. Ocorre que o meu filminho real é mais interessante. Estou com duas tarefas urgentes a fazer. O trabalho flui no tempo certo, felizmente, ao mesmo tempo em que ouço o barulhinho inconfundível do trânsito da zona sul. Imagino [até] que a Avenida Atlântica esteja, nesse exato minuto em que escrevo, dinâmica e excitante, com seus inúmeros turistas, crianças, cachorros, acompanhados dos seus donos que amam caminhar [e cultuar] o calçadão da orla, feito com pedras que imitam ondas.
Vivo a rotina como se moradora fosse. Não, não gosto de ser rotulada de baiana. Nem gosto que rotulem as pessoas de nenhuma forma, nem pela cor, nem por onde nasceu, nem por absolutamente nada. Somos do mundo, constituídos de muitas influências. Um pensamento freireano que compartilho: "o mundo não é, está sendo". Portanto, não creio ser válido o pensamento radicalizado [ou estagnado] de que fulano é assim, sicrano é assado. Por isso, ao invés de dizer que me sinto carioca, insisto em dizer que me sinto moradora daqui, mesmo que eu seja apenas uma viajante aqui.
Penso que tudo é possível de se viver no Rio. O caderno de opções de lazer e entretenimento são gigantescos. Consumo cultura à exaustão. Me delicio com os sabores, com os petiscos, com os chopps, e vivencio reencontros memoráveis junto aos meus amigos queridos, primos e especialmente com a minha amiga-tia Lola.
Por causa dela e do acervo de ideias e impressões que acumulo a partir das suas narrativas, doidices, crendices, sandices, invencionices, eu gostaria de, somente por algumas horas, ser a autora do blog de Ariana Magalhães [Meu nome é], justamente para  publicar num espaço mais adequado, um post em sua homenagem, cujo título seria "E o nome dela é LOLA".
E desejos maluquinhos à parte, penso que é nesse lugar que também vivo romances de causar suspiros. Da hora que enxergo a cidade do alto ao momento da partida, que teima em chegar. Saudade do cheiro, da alegria de estar aqui, aonde, definitivamente, quero ter o prazer de viver meus últimos e melhores anos.

16 comments:

  1. Quer dizer então que quando minha nômade amiga resolver ser sedentária o cenário será a cidade maravilhosa? Boa e acertada escolha. Parabéns pela bela e sincera declaração de amor ao Rio. Um beijo pra você.

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    1. Sedentária? No Rio?? Impossível... sedentária, só se for no sentido de estar sedenta por novas experiências e quem sabe, para aprender, de uma vez por todas, como manter o corpo em atividade constante, como os muitos idosos que vejo circulando pra lá e pra cá.
      Outro beijo, Marcelo!

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  2. Não, mas pretendo ir. Vc está bombando no "feice". Está parecendo celebridade de cinema uau...

    Seu Pedro, técnico da UFAL (by FB)

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    1. Seu Pedro ... menos.... risos... obrigada pelos elogios!

      Resposta (no FB)

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    2. É uma cena mesmo.... ele é uma figuraça, adorável... está sempre ao meu lado... desde o primeiro dia que o vi, lá atrás, qdo estava ainda na fase do concurso, antes mesmo de ser da UFAL..

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  3. Adorei sua postagem no blog!

    Irys (aluna da UFAL) via FB

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  4. Ah, que massa!
    Tudo isso só me faz querer mais e mais ir ao Rio com vc e Maga, passar o carnaval. E claro, ficar hospedada na casa de tia Lola e conhecer de perto essa figura ímpar.

    Um bjo, carioca. rsrs

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    1. Essa viagem pode [e deve] acontecer sim... risos... beijo, amiga!

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  5. Adore, Juba! Lindo texto, lindas referências. Compartilho seu sentimento por essa terra e sua diversisdade toda linda, sem contar que tia Lola é um personagem essencial nesse cenário, com carinho e muitas reflexões exóticas...rs... Tenho que postar um dia o nome dele, mas como fazer isso? São tantas as histórias! Só de lembrar daqueles inícios de frase: "sabe tia, estava aqui pensando..." - e lá vem diversão! Curta muito aí, mande um beijo para tia Lola, inspire o ar carioca por mim, e no carnaval estamos coladas! Bjsss

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  6. Em sua ultima encarnação você foi carioca! rsrsrs

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    1. Fui viajante, mais uma vez... com um pouco de cada cultura tatuada em mim... beijo, amiga!

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  7. Então você também veio visitar minha cidade, Ju! ótimo texto! Sou suspeito pra falar, mas enfim... rs Beijos.

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    1. Ohhhhhh.. sua cidade é nossa, hein? Olha a possessividade... risos... um abraço, querido!

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