20 May 2013

♥...mudaram as estações, nada mudou...♥

Claro que já fiz posts demais dedicados ao legado de Renato, o Russo, e sua Legião, tão urbana e querida. Já ouvi suas canções em momentos diversos, ao longo dos anos. Já chorei e copiei versos em geladeiras, em espelhos, em cartas, torpedos, anotações avulsas de qualquer ordem. Sou o tipo de fã incondicional. 
Tanto faz que um novo filme ou documentário retrate bem ou mal, assim ou assado.
Serei sempre eternamente agradecida pela minha juventude ter sido embalada pela presença dos meninos de Brasília, que depois se juntaram com outros meninos do Rio, e fizeram uma revolução musical acontecer no Brasil, na década de 80. 
Quando assisti Somos tão jovens, me arrepiei e embarquei na história já na abertura, ao ouvir a emblemática e melancólica canção Tempo perdido, na voz dele, claro, mesclada a imagens lindas. 
Duvido que alguém se encante com a trajetória da formação da banda, das influências pessoais e das marcas de Renato Russo ao compor suas letras, se não tiver vivido e pertencido àquela geração. 
Também duvido que alguém, que não seja sensível e não tenha ouvido essas músicas belas, em letra e melodia, aos 15, aos 16, aos 20, aos 30, não continue se emocionando aos 40 e poucos, e mais adiante. 
Durante a projeção, o filme passou lento, e um outro passou por mim: trêmulo, ligeiro, entorpecente. Eu nunca precisei de nenhum tipo de cigarro para me sentir tão identificada e envolvida com esse tipo de manifestação cultural [punk, rock, pop rock...], que começou a ganhar corpo com os legionários e afins. Daí a saudade dos [meus] tempos juvenis. E a certeza de que ouvir o Capital, o Paralamas e, óbvio, qualquer nota musicada do Renato, o Russo, eu me renderei e surtarei em lágrimas. 
A minha dor e o meu alento: não tive o prazer de ter uma música Dele pensada ou dedicada a mim. Mas me sinto a Aninha, a Leila e todas as meninas [ou meninos] que ele provocou tão poeticamente, com seu romantismo e suas doces ironias. 
O filme agora faz parte da minha memória sobre um tempo que se foi, mas que está guardado! "Ainda é cedo", do primeiro álbum, sem título (1984) penso que está para "Leila", do álbum A Tempestade ou O Livro dos Dias (1996), o último disco lançado pela banda, com músicas inéditas, no mesmo ano em que ele morreu. 



*citação de trecho no título do post, extraída da-música Por enquanto/ Legião Urbana (1984)

10 comments:

  1. Também vi o filme, amiga viajante. Me identifiquei muito, até porque tinha 20 anos em 84 e sempre adorei o Legião Urbana. Um beijo e parabéns pelo texto.

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    1. Oh, que legal... temos mais cumplicidade ainda! Estamos ligados pelo bom som da banda que marcou e, felizmente, ainda marca nosso país. Beijo!

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  2. O filme é um mergulho diegético e tanto!
    voltei a ter 16 e revivi zilhões de coisas.
    Poderes do mestre Renato, o Russo.

    bjo amiga.

    PS: Tô gripadona e te devendo uma. I'm sory!

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    1. Oi Patiinha! Perdoada... o fim de semana foi corrido e ainda tivemos temporais do nada... clima doido! Ah, melhora logo essa gripe! Saudade! Beijão

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  3. Nossa o texto ficou lindo demais...

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  4. é tão bom ler seus textos... me trazem muita saudade de momentos bons que vivi tempos atrás. e me acalma muito. sucesso sempre kika. :D
    obrigado por gostar também dos primeiros passos que dei. saudades. beijão.

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    1. Oi Kiko! Eu adorei seu blog... acho que os caminhos dos sonhadores se cruzam, nem que seja pela veia virtual... risos... ah boa sorte nessa nova jornada. Amo fotografias... inclui o link para seguidores que logo estarei por lá! Beijooooooo

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  5. Eu adorei o filme, Ju. Porém, queria que tivessem mostrado até o fim de sua carreira. Seria triste mas seria mais rico, tanto dramaturgicamente quanto em relação ao conteúdo. Adorei seu post e amo Legião Urbana. bj

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    1. Não imagino como seria se de filme passasse para documentário... mostrar a vida inteira dele, penso que ficaria longo. Não apresentar a versão dolorosa, triste, da doença, da solidão... não, eu creio que foi intencional! Bom que gostou... um beijo, querido!

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