6 July 2013

depois da tempestade...

Minhas viagens para o norte do país tem sido sempre penosas e intensas. Descubro maravilhas naturais e belezuras de pessoas. E me deparo com situações que não tenho controle algum sobre os eventos. São horas de espera nos aeroportos, conexões enfadonhas, dores musculares e sustos indevidos. Essa última foi assim:

Roteiro: Maceió-Campinas- Belo Horizonte- Belém. Passeei por quatro estados, a bordo de uma companhia aérea que sempre se despede dos passageiros com a frase "tenha um dia azul".
Eu não sou de fazer propagandas. Nem positivas nem negativas. Também nunca levei a cabo a ideia de processar nada, mesmo tendo bons motivos. Aliás. Palavras como "recurso", "processo", "justiça" são, para mim, sinônimas de "irritação", "desgaste" e "judiação".
Sou simples demais para documentos e redações jurídicas complexas; reunir provas, guardar canhotos, notas fiscais... nada disso combina com meu jeito aéreo de ser. Gosto de guardar cheiros e sorrisos. E ficam no coração. Nunca em gavetas ou caixas organizadas.
Mas a escrita existe. Posso desabafar e torcer para que a úlcera que ensaia em mim seja só uma inflamaçãozinha sem grandes estragos. Se adentrar com processos judiciais não me faz mais feliz, imagina ter que discutir em balcão de aeroporto? Isso sim causa muito mais dissabor.
A mala não estava na esteira. Localizaram quase três dias depois. Tive que comprar novos itens, coisa que amo fazer, mas não poderia, para o momento. Vivi dias incríveis com alimentação vegetariana, sem café e sem carne. Fui abençoada por uma turma divertida e equipe maravilhosa. Me cercaram de apoio, de cuidados, de mimos.
Tive uma nova crise com dores no estômago. Fui medicada e orientada por um médico extremamente didático. Me explicou tanto que agora quase me tornei uma especialista em úlceras e afins. Fui elogiada em minhas aulas. Recebi abraços e mensagens carregadas de otimismo. Não poderia ter mais sorte.
E a viagem de volta aconteceu. Novamente, endoideci com tantas ordens internas pelos comissários de bordo e pilotos objetivos. No trajeto Belém-Belo Horizonte, sentei ao lado de dois mineiros alegres e divertidos. Conversamos sobre política, o que levar numa bagagem, sobre gastrite, sobre trabalho, sobre fotos, sobre relacionamentos, sobre frio, sobre calor, sobre nada, esquecidos em nossos cansaços e pensamentos divagantes.
De lá pra cá, me sinto mais amadurecida e uma privilegiada. Sobrevivi. Quero mais é comemorar o fato de estar em casa, confortável, de volta aos cheiros da minha rotina, nutrida por novas experiências e por ter me deliciado com as descobertas dos sabores e cultura do povo do Pará. E, mais que comemorar, preciso agradecer pelos aprendizados, pela fé renovada em Deus, que esteve e está presente em meus dias. As bonanças.

10 comments:

  1. Que bom Ju que esteja se sentido assim, renovada na sua FÉ!
    Beijos
    ANA

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  2. Minha amiga viajante e suas peripécias aéreas! Faço votos de ótimos roteiros, mínimas burocracias e nenhum desconforto gástrico! Um beijo pra você.

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  3. Quando escreveu este texto você estava inspirada! Ele simplesmente fluiu! Beijo

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    1. Oi Paula! Escrever me ajuda a dar sentidos às coisas que vivencio! :) Um beijo, querida!

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  4. Ai, meu pai, úlcera???
    Isso é sério, viu!!! Sei que o médico foi didático, mas não posso deixar de avisar pra vc parar de comer comida pronta, esquecer o refrigerante preto e dar um tempo com o álcool.
    Desculpe a chatice, amiga, se cuida!

    PS: Já procurou um bom gastro?

    beijo.

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    1. Pode ser que seja a vesícula. Farei endoscopia e ultrassom do abdômen para descobrir o que está causando dor. Obrigada pelas dicas. Bj, amiga.

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  5. Quantas aventuras, hein Ju? E que bom que o médico ao menos foi útil, ainda que tenha abusado do didatismo. rsrs Bjssss

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    1. Aventuras dolorosas... mas já estou caminhando para descobrir o que fazer... valeu pelo cuidado e carinho! Beijo!

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