29 May 2014

a terapia da quinta

Depois de dias inteiros e noites inteiras tentando entender as razões de ser dos espirros e da tosse antipática e insistente, ela chegou sorridente, bem disposta e, sem me pedir licença, começou a limpar os cômodos e meus objetos, que de tão pessoais, compreendeu que deveriam ser manuseados com delicadeza, apenas para retirar a poeira dos cantos mais obscuros. 
Não ouvi um ruído sequer de louça sendo quebrada na cozinha ou da vassoura caindo no banheiro, e, muito menos, de água ou detergente sendo consumidos aos montes. Minto. O barulhinho da máquina de lavar em funcionamento e da arrumação das compras em seus espaços adequados me sugeriram que o trabalho estava indo muito bem. 
Continuou em silêncio, e de uma invisibilidade assustadora [e surpreendente] encerrou a faxina e me disse um cordial "até semana que vem, Ju". Foi então que me deparei com um cheiro maravilhoso vindo de cima do balcão, com um bolo enorme e apetitoso, louco por garfadas generosas. Então, antes de sair, trocamos receitas de molhos e carnes, segredos e gargalhadas. Ser humano único, divertido e leve. Talentosa até o último fio do cabelo. 
E no alto desses meus sonhos descabidos, cá estou eu, escrevendo sobre o que vou fazer, pra me despedir da bagunça e do lixo que eu, doentinha, produzi. Como muito bem me lembra Mariana Soledade: "amiga, a vida não é um filme!" #faxinaéterapia #lávoueu

publicado originalmente no mundinho azul na mesma data.

3 comments:

  1. Vc anda delirando que tem uma faxineira, é isso?
    Amiga, o caso tá sério, tira umas férias.
    rsrsrs

    bjão

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    1. Hehehe.... Estou bem Patiinha!!! Beijo!!!

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  2. Produzimos mt lixo e depois temos que enfrentar a desgraçada faxina. E eu que sou alérgico, então, sofro pra caramba. Mas se bem que poeira não é culpa nossa, é do ar. rs bjs

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