19 February 2015

há esperança

É muito estranho comemorar na véspera. Dizem que dá azar. Dizem tantas coisas, sobre tantas coisas. Eu não acredito no azar ou na sorte. Não gosto de pensar que sou sortuda ou azarada. Tenho procurado fazer por merecer minhas conquistas. E mesmo quando as coisas não saem exatamente como as planejei, e isso acontece mais do que eu gostaria, ainda assim, não acredito em energias ruins.

Acredito que somos responsáveis pelo que plantamos à nossa volta. Em tudo. Desde o bom dia com sorriso nos olhos que doamos, ao agradecimento que deixamos de mencionar quando alguém nos presenteia com boas ações. Teremos sempre uma resposta.
Outro dia briguei feio com uma médica, em Lisboa. Ela foi grosseira comigo, ao me atender. Pedi retratação, no momento seguinte. Não estava ali para ser humilhada ou constrangida. Estava ali pronta para seguir as orientações médicas, totalmente respeitando os trâmites [muito] burocráticos. Me lembro que a olhei nos olhos e disse "não há porque ser grosseira comigo, pois eu não estou sendo com você".
Ela entendeu o recado. Esqueceu da má educação quando se deparou com alguém que tinha voz e desejo. Eu tenho voz, pensamento e desejo. Sou livre. Sou autora. Sou dona de mim. Não há quem me convença do contrário.
Esse dia de hoje, tão longe do Brasil, me faz repensar tudo com graus e graus de distanciamento. Consigo perceber as minhas sólidas relações no trabalho, na vida em família, com os amigos, com o mundo real. Não quero nem preciso provar absolutamente nada, mas é fato que os espaços virtuais, como esse bloguito aqui, não me distanciam dos meus afetos. Me sinto em casa.
A Austrália é um país lindo e rico em tudo. Toda vez que saio e visito suas muitas atrações, me percebo menos estranha no novo ninho. Sou movida a novidades. São tantas cores, sabores, caminhos, ares... é tudo tão intenso, que temo acordar e perceber que nunca estive aqui. Que foi um sonho longo.
Do que falo? Claro que estou aqui. Exatamente onde eu gostaria e projetei estar. Ao lado de um amor de verdade. Que me coloca em primeiro plano. Que me exige primeiro plano. Que me pede com o olhar que eu me "desligue" das outras coisas para estar conectada ao nosso momento. E assim tenho feito. Me despeço dos amigos, da internet, das redes e só retorno quando ele está envolvido com outras coisas.
Confesso que eu não imaginava que eu conseguiria "me driblar". Não imaginava que seria tão divertido conviver com cultura, povo, comida, fuso horário e uma família italiana toda preocupada em me deixar bem e confortável. Se isso tem a ver com sorte? Claro que não. Faço por merecer. Meu amor é genuíno. Minha dedicação é real. Não poderia essa sintonia dar errado. Por isso tudo, às vésperas de mais uma nova idade, me dá sinais de que, o que está por vir, é ainda muito melhor. Uma tese pronta em novembro. E um baby mix... por que não?? Dois desejos absurdamente complexos. Mas onde há vida...


2 comments:

  1. Ju, sua alegria de viver é contagiante! Beijo e MUITAS felicidades!

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