8 April 2015

transcrevo, logo penso

Há quem pague para alguém fazer as transcrições de entrevistas. Além de caro [quase um luxo para quem não tem dinheiro sobrando], penso que se aprende muito mais tendo que transcrevê-las. A escuta atenta, distanciada daquele momento anterior, pode contribuir para renovar os sentidos e a compreensão do pesquisador sobre aquele sujeito e o seu contexto. É muito bom analisar a fala materializada na escrita, cheia de pausas e omissões, no ir e vir dos diálogos... eu, sinceramente, duvido que isso seja possível, sem estar mergulhado nas linhas e nas entrelinhas dessa cumplicidade nascida apenas entre entrevistador e entrevistado, no corpo a corpo, olho no olho, no tete a tete. É trabalhoso, é chato, é cansativo, é insuportável de tão enfadonho.... enfim, um mal super necessário. Passei mais de cinco horas transcrevendo apenas uma entrevista de 25 minutos e três segundos. "A cabeça cheia de problemas, não me importa eu gosto mesmo assim..." 


Música citada, Olha, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, do Álbum Roberto Carlos (1975)

3 comments:

  1. O bom é ter a certeza de que tudo na vida passa, as coisas boas e as más!
    Logo estarás livre, e até saudosa, de sua filha tese. rsrsr

    beijão amiga.

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    1. Saudosa?? Hahaha... duvido, amiga!! risos.. beijooo

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  2. Comentários no FB12 April 2015 at 07:58

    Ana Rodrigues, Francisco Ramallo, Cristiane Araujo Cota e outras 4 pessoas curtiram isso.

    Elizabeth Orofino Jusciney Carvalho, estou também vivendo horas e horas transcrevendo,mas concordo com você que é essencial para o pesquisador viver esse momento,lembrando sempre que a potência dos discursos.Bjs mil !
    10 de abril às 06:33 · Descurtir · 1

    Jusciney Carvalho O problema mesmo é como analisar tanto material né Elizabeth Orofino?? É muito trabalhooooo

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