22 August 2015

6 é metade de 12: quase na puberdade!

O aniversariante me forçou a dormir fora do horário habitual. A tarefa de casa era bem simples: listar as postagens que prometi fazer, das andanças que fiz pelo mundo afora, entre setembro de 2014 e junho de 2015. E exigiu mais: no mínimo 6 grandes postagens. O desafio foi aceito. Resolvi dar um intervalo na tese, de poucas horas, e resolvi voltar a sonhar com a escrita livre.



O mais gostoso de ser livre é ser livre. Poder escolher o que quer fazer, quando fazer, com quem fazer. É igualmente prazeroso ser livre na escrita. Escolher o tema, ou até quando não se tem tema nenhum, você resolve que vai escrever sobre esse "nenhum assunto específico". Hoje não é um dia comum, O tema é quase-preciso. Aniversário de um fofo de um leonino exigente e vaidoso. Há seis anos atrás, em 22 de agosto de 2009, nascia esse blog. Com essa imagemzinha sugestiva aí. Eu, desenhada por alguém criativo na internet, de frente, carregando uma mala. Fiz umas mudanças na cor da imagem, para torná-la um pouco mais minha. Era tudo muito novo. Não sabia o que viria a ser esse espaço. Mas andava carente, querendo um espaço verdadeiramente meu. E a escrita me permitiria isso, dentro de um território que eu escolheria tudo. Liberdade. Era isso que buscava com a escrita. Ainda é isso que busco com a escrita da minha vida.





E "o carregar da mala de rodinha", era uma analogia interessante. Ao mesmo tempo em que estava de passagem, transitando entre lugares, remetia também essa ideia de peso sendo levado de cá pra lá, de lá pra cá. Não imagino que um ser humano, quando decide "tornar-se viajante", vai no vazio, só com sua vontade de desbravar caminhos. Ele carrega suas apreensões, sua história, seus pesos. Não é somente do peso material que me refiro. É muito mais. São os sonhos, são os medos, são as certezas, são as dúvidas, são as paixões, são os contextos de vida real e os imaginários. É muita carga. Nunca é leve viajar, verdadeiramente. Talvez os turistas sintam essa leveza. Os viajantes, não. E todas as vezes que estive turista, não consegui me divertir. Era tudo superficial demais. Era tudo banal demais. Era tudo esquecível demais. Nenhuma foto turística me encanta. Talvez algumas bem fotografadas. Mas são raras aquelas que percebo que há vida de verdade acontecendo ali. 
De 2009 para 2015 muitas mudanças aconteceram. Muitos insistem em me dizer que sou leve. Me sinto cada dia mais pesada. Me sinto cada dia mais presa, menos livre. Isso dói. Isso incomoda. Me sinto fechada para tantas possibilidades que sonhei viver. Me sinto aprisionada num momento específico. A tese está tatuada em mim. Me diz mais quem eu sou do que meu aviãozinho de papel, no pulso direito. 
Mas o momento de um aniversário é sempre assim, RPM, de reflexões por minuto? Deve ser assim. Vivemos, eu e môblog, um inferno astral muito tenso. Os últimos dias foram os mais agressivos. A TPM me acompanhou e me fez chorar muitas vezes. O pior de uma véspera prolongada, é que gera muita ansiedade. Estou ansiosa e não é porque o bloguito está com 6. Estou ansiosa para sair dessa suspensão. Parece que estou num aeroporto, com todos os voos cancelados e sem gente para conversar, para distrair. O cenário é de isolamento. Só que ao invés de cadeiras, escadas rolantes, lojas, avisos luminosos e nos auto-falantes pelos saguões, só ouço o meu pensamento. E ouço música dos anos 80, anos 90, black music, também. Vejo os livros, os textos, a tela em branco e me assombro com o andar da carruagem. É uma viagem que parece não ter fim. Como Alice, me vejo andando sem sair do lugar. Consegue ver prisão maior que essa? É a tese que me prende.
Por isso, blog querido, obrigada por existir. Obrigada por me dar esse "arejamento" tão vital ao meu pulmão. Obrigada por me deixar ser eu, aqui, com todas as minhas vírgulas, exageros, adjetivos, sonhos, loucuras. Obrigada por me permitir sonhar com novos horizontes. Obrigada por me fazer crescer. Em 6 anos creio que aumentei de tamanho. Creio que me tornei mais atenta à humanidade. Me sinto menos indiferente às dores alheias. Era muito centrada e egoísta. Me sinto mais generosa. Menos apegada à matéria. E devo isso às viagens que faço. Foram momentos de grandes desafios, grandes descobertas, grandes aprendizados. Estar fora do Brasil é estar "fora da casinha". Isso é imensamente necessário para qualquer pessoa. E tive o privilégio de ir e voltar. A minha liberdade foi cerceada apenas por mim mesma. Está aí o novo objetivo que me dedico: me livrar das amarras. Voltar a funcionar como gosto. Com outros pesos, outras medidas. 
Os meus presentes, serão sim, seis diários de bordo, em cada um dos seis países que visitei, na ordem de chegada em cada uma das cidades. Segue aí, "filho", as surpresas de brigadeiros e balões, especialmente para seu deleite futuro. Mamãe promete e cumpre. Depois da tese, não dá para ser agora:

Postagens futuras: 

  1. Na Capital do mundo tem o melhor pão do mundo (ou a Linda Paris nas 4 estações)
  2. Portugal não é só bacalhau: é lindo de se (vi)ver
  3. Madri e Barcelona: as tapas e a Espanha por descobrir
  4. Há muito mais que chocolate, queijo e relógio na Suíça
  5. A Austrália tem canguru e um mix de comidas exóticas e deliciosas (ou o lugar mais longe e lindo que existe)
  6. Roma é Amor: a cidade mais linda do mundo (ou a melhor comida do planeta é a da Itália)

P.S: os barquinhos de papel (imagem atual do blog) é a promessa da minha nova tatoo, no pulso esquerdo. Quero mesmo ser mais livre. Conhecer ares e também mares.

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