7 August 2018

Moção de repúdio: em respeito à memória de Anamelea de Campos Pinto

Essa moção de repúdio é contra toda e qualquer forma leviana de exposição desmedida da vida privada de qualquer um de nós, em especial de Anamelea de Campos Pinto, que faleceu em 04 de julho de 2018.
Lamentando muito pela infelicidade de ter acessado a nota intitulada "Professora Anamelea falece no Recife”, já inicio ressaltando que nunca será uma tarefa fácil ou gratificante escrever com pesar.
Mas de que são feitas as moções, se não de sentimentos de repúdio, de ojeriza, de desconforto, de indignação frente a determinados atos humanos? E, especificamente diante desse, serão todos os atos, humanos?
Quando pensamos em sujeitos que fazem uso político de forma tão absurdamente escancarada, aproveitando-se da impossibilidade da pessoa atacada se defender, posto que já não está mais entre nós, será que ainda assim poderemos qualificar como atos de seres humanos? 
Quando pensamos no conceito de humanidade, vem à nossa mente ser vil, machucar, magoar, desqualificar seja quem for o ser humano, vivo ou morto? Evidente que não. Traços de humanidade ou vestígios de humanidade sequer se aproximam de certos sujeitos anônimos que povoam as redes sociais, ambientes virtuais e certamente nossos espaços de convívio social.
Então, trazer à tona, numa matéria sensacionalista como os inescrupulosos sem identidades reveladas fizeram, nos faz crer em duas grandes e graves questões: primeiro, essas pessoas desprovidas de ética e de humanidade não conheceram a verdadeira Anamelea de Campos Pinto, que para além de ser uma professora da UFAL que, de fato atuou na Educação a Distância, era um ser humano cheio de amor, de alegrias, de generosidade e de fé na humanidade e segundo, a vida pessoal de Anamelea de Campos Pinto só diz respeito aos seus amigos e familiares. 
O legado profissional está preservado nos muitos artigos, nos vídeos, nas entrevistas, nos livros publicados e sobretudo no coração das suas turmas na graduação e entre seus orientandos e orientandas dos programas de de pós-graduação, que durante anos ajudou a consolidar. 
A memória de Anamelea de Campos Pinto não pode estar associada a esses seres desumanos e insensíveis, que escrevem equívocos de todas as ordens, num blog recheado de ironias e que sustentam na apresentação que "querem ser um meio orgânico e presente no dia-a-dia de todos e abordando temas e notícias que podem passar despercebidas pelo grande público. É, portanto, uma plataforma de informações e debates sobre como podemos fazer com que a UFAL seja uma universidade cada vez melhor".
Nada disso confirmamos ao ler a matéria que expôs de forma mentirosa o quadro da nossa querida Anamelea e tantas outras. Esse grupo se alimenta de inverdades, de fofocas.
Um  blog que só ajuda a propagar notícias falsas. Eu não sou especialista em TICs mas a Anamelea de Campos Pinto era e condenava veementemente a veiculação de fake news
Como colega do Centro de Educação e, sobretudo, como amiga da grande mulher que foi Anamelea de Campos Pinto repudio com veemência a escrita irresponsável e anônima, porque compreendo que a dignidade humana nos exige tratarmos os nossos semelhantes com cuidado, respeito e ética. Que os malfeitores sejam punidos e que aprendam com essa situação.
Reflito ainda que toda gestão tem seu fim, acontece na UFAL como em qualquer outra instituição. Novas eleições vão acontecer. Novas gestões à frente da administração central automaticamente serão viabilizadas. Entretanto, o que não muda é o fato de que somos servidores públicos e continuaremos sendo colegas de um mesmo ambiente de trabalho. Chega de assédio! Por que tanta briga por espaço de poder? Por que não lutarmos por mais respeito mútuo??
Lembremos também que a vida é um piscar. As pessoas que amamos nos são extraídas, abruptamente, por isso é urgente a necessidade de revermos a maneira de nos relacionarmos com nossos pares. Mais que isso, precisamos aprender a (com)viver com as pessoas, que são constituídas de sentimentos, de diferenças, e devemos enxergá-las para além dos seus feitos profissionais.
É necessário agirmos bravamente em defesa dos direitos humanos e pelo direito às memórias de todas as vidas, pois todas elas importam, independentemente das ausências e das partidas. O amor nunca morre. Como amiga-irmã, amorosamente, buscarei defender o respeito à memória da querida Anamelea de Campos Pinto, sempre! 

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