20 September 2018

ligação perdida

Recebo em média 3 ligações por dia e sequer me dão bom dia, boa tarde. Perguntam pela minha amiga querida, que infelizmente não está mais entre nós.
Eu e Ana nos tornamos amigas no dia em que nos conhecemos. Lembro que estávamos numa reunião de plenária do Centro de Educação e falávamos sobre o Enade em Pedagogia. O ano era 2011.
Nós éramos muito diferentes no modo de pensar e mais ainda de agir. Era até engraçado! E como aquarianas, não foi nenhum problema conviver, pois o respeito sempre norteou nosso afeto.
Dentre outros bons pactos, a gente incorporou a  tradição de indicar a outra ao fechar algum contrato, serviço, e considero que isso é algo muito bacana entre amigos que residem fora dos seus estados e se apoiam mutuamente. Ana tinha minha chave de casa. Cuidava das minhas plantas e das correspondências. Ela tinha meu chaveiro com a torrezinha Eiffel.
Éramos irmãs.
Em nome de nós, de todas as pessoas que se irritam com ligações insistentes, eu gostaria de dizer a todas as empresas que me ligam que buscassem se informar sobre seus clientes. Mas que o fizessem com respeito e educação.
É sempre doloroso ter que dizer que ela faleceu. Isso agride. Porque eu quero me acostumar com a dureza da ausência dela em minha rotina, na UFAL, no café, no supermercado, na praia, e em todos os lugares que frequentávamos juntas.
A verdade é que ao indicarmos alguém como referência o fazemos porque nos exigem, e com certeza, imaginamos que nunca seremos importunados.
A ligação em si já é uma invasão, mas ter que repetir algo que dói, é uma desumanidade.

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