1 March 2019

que o amor prevaleça

Toda morte nos coloca em alerta sobre quem somos, sobre quem nos tornamos com o passar dos anos... e sobre como precisamos nos acostumar com um fato muito doloroso: a vida é um piscar. Somos impotentes. Isso não muda, embora gostemos de milagres.
A gente se apega a tanta besteira, deixa de dar atenção e valoriza tão pouco as pessoas com quem convivemos! Tudo em função do tempo dedicado ao trabalho e às nossas muitas vaidades. Tudo é matéria? Não. Tudo evapora. Tudo se vai.
Aos 49 já entendi que, diante das minhas escolhas, eu não tive como gerar outra vida. Mas sou aquele tipo de ser humano que sofre pela dor alheia, como se mãe fosse.
É uma dor abstrata, intensa. E como a gente consegue se reinventar, para vida fazer algum sentido ou voltar a ter alguma graça, após a partida de um alguém que muito amamos?
A empatia nasce com a gente? É do ser humano ser solidário? Deveria ser de nascença.
Todo ser humano, a despeito de qualquer condição, deveria sair do seu umbigo e se colocar no lugar do outro. Esse é um exercício que nos humaniza.
Lula tem que ir abraçar o filho. É um tipo de elo, de amor, que nunca deveria ser impedido.
Que o abraço e o silêncio nos libertem das nossas mazelas e dos nossos egoísmos.

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