12 November 2019

o 12 da porta do meu quarto

Aos 12 anos eu tinha muito mais imaginação que hoje.
Eu fantasiava que a minha vida seria sempre cercada da família, dos meus irmãos e meus pais.
Eis que a história roubou esse sonho e aos 12 perdi o convívio com meu pai, que partiu sem nem dizer tchau. 
Verdade que eu não quis e nem iria querer uma despedida. Mas essa falta do seu olhar sobre mim me faz questionar qual o sentido para muitas coisas que nos acontecem e nos assombram, aquelas coisas terríveis que machucam, que causam dores, sofrimento, angústia e tristeza nesse mundo às avessas.
Então 12 sempre vai ser isso: uma justa homenagem aos 12 anos que convivemos, meu pai.
E me tornei doutora há 4 anos atrás, no dia 12 de novembro de 2015.
Na minha imaginação bem menor que a de antes, juro que senti você presente, no ar, nos sorrisos, naquele auditório cheio de gente que gosta de mim. O senhor estava ali, para me dar força e me fazer concluir uma etapa tão importante na minha trajetória profissional.
De lá pra cá tudo mudou! De lá pra cá eu já perdi a esperança e a recuperei tantas vezes.
Qual o sentido dessa vida sem você, sem minha mãe e meus manos por perto? Sigo sem resposta.
Só me conforta saber que sigo honrando seu nome e lutando pelo que acredito!
Obrigada por ter ensinado uma menina de 12 anos a seguir de cabeça erguida e continuar a viver, mesmo longe de tanta gente que ama, mesmo sem receber seus abraços e suas broncas. Como fazem falta! Eu acho que preciso de limite. 

❤️

No comments:

Post a Comment