27 March 2016

DESABAFO


Em todos esses anos de "rede", não me lembro de ter ido na página de ninguém para deixar registrado um comentário raivoso ou desrespeitoso. Se eu não gosto do que vejo ou leio, eu não curto, não compartilho. Posso até me posicionar e contra-argumentar, mas não escrevo desaforos, nem desqualifico o que aquela pessoa acredita ser legal, divertido e bacana de publicar. Viva a nossa preciosa liberdade de expressão. Eu respeito.
Me faz bem estar entre os que defendem a democracia. Gosto de fazer parte dos que lutam para que haja clareza e transparência nos processos a que estamos implicados. Gosto de vizinhos. Gosto de dar bom dia, boa tarde, boa noite. Gosto de dizer obrigada. Gosto de pedir perdão. Gosto de dizer "boa sorte". Gosto de compartilhar escritos que me afetam. Gosto de doar. Gosto de elogiar. Gosto de validar afetos. Gosto de parabenizar e comemorar as minhas e as conquistas alheias. Gosto de dar dicas de emprego. Gosto de mediar escritas, de dizer que paralisação é com S e não com Z. Gosto de agradecer. E gosto, sobretudo de ser sincera. E tenho feito muitos amigos, felizmente.
Mas tenho observado que esse não é um jeito de [con]viver de todo mundo. Com certeza discordar é normal! Óbvio que aprendemos e crescemos considerando a diversidade. Desqualificando, não. Eu não me incomodo com os que pensam diferente. A questão é mais que política ou ideológica. É humana. Das relações que se aprendem enquanto nos educamos para viver em sociedade. Toda forma de intolerância deve ser combatida.
Mas a palavra, ah, as palavras, muitas vezes tem sido mal ditas (ou malditas?).
Que sigamos nessa luta diária por um projeto de sociedade que talvez não exista, em tempos de barbárie e tanta falta de respeito.
Se a sexta foi santa, que o domingo seja de paz. E que na segunda não esqueçamos de agradecer pelo trabalho que desenvolvemos com ética e seriedade. Seja em que esfera for, pública ou privada.

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