4 January 2010

Ida pra lua

Começar o ano já alcançando metas é quase como ser vidente. Não é de hoje que me sinto uma perfeita visionária: que vê as coisas, que (pres)sente o que está por acontecer e tem até saudade do que está por vir, do que ainda nem se viveu.

Isso é recorrente em minha vida, em meus dias. Os meus amigos ficam impressionados. Me pedem para falar dos números da megasena, ou para prever o futuro. Não faço isso porque minha intuição não é mercadológica. Não ganho a vida com isso. Sou somente uma mulher com o sexto sentido aguçado.

Quem me dera poder facilitar tudo: resolver os problemas amorosos, financeiros e até de saúde. Se assim fosse, Rodrigo Santoro estaria em minha sala, rindo das minhas bobagens e me olhando nos olhos. Quem dera.

Brincadeiras à parte, de verdade eu sempre atribuí um significado diferente do normal, diria até excepcional, ao que vivencio. Como se eu fosse uma pessoa privilegiada, especial mesmo. Será que isso é viagem demais? Quem me mandou escolher ser uma viajante? Só poderia dar nisso.

É, posso ser apenas uma oportunista. Não em seu sentido perjorativo, e feio. Pelo contrário, daquele tipo de pessoa que quer viver as oportunidades em sua exaustão. E que bom que tenho consciência dessa minha facilidade em intuir e me lançar, oportunadamente, em tudo que me é apresentado.

Essa introdução meio filosófica, e diriam os adolescentes (ou emos), um tanto sinistra, é para narrar os dias de sol, de mar e de lua cheia, lá, no pedaço de paraíso terrestre, a 55km de Salvador.

Engraçado apresentar a praia do forte assim. Outro dia escrevi criticando a vila de PF, e todo seu cenário mágico que existe no ar, por lá.

Claro que não mudei de ideia. Mas possuo pontos de vista diversos sobre as coisas que gosto. De um lado as vejo em todos os seus aspectos positivos, de outro tão somente a (dura) realidade.
E foi assim: dia primeiro, pós impasse e divertida noite da virada, arrumei minha bagagem, coloquei no som do carro um pen drive com (boas) músicas selecionadas pelas sobrinhas, e segui sozinha para PF, confortável e já feliz por ter iniciado o ano com uma viagem curta, mas muito oportuna.

Uma hora e meia depois, cheguei lá e fui recepcionada pela anfitriã, mãe da futura Valentina e por seu par, uma pessoa maravilhosa, que de tão querido, sinto verdadeiramente o quanto ele é a alminha de minha grande amiga.

Confesso. Sou quase uma guardiã das amigas casadas, afinal os escolhidos sempre precisam passar pelo meu crivo.
Fora essa avaliação criteriosa, curti (demais) toda a galerinha conhecida de sempre, e fiz o que mais gosto de fazer nas férias: joguei baralho com minha doctor, fiquei horas ao sol, fui à praia, e contemplei ele se pondo, longe, lá no horizonte, me deliciei com o churrasco de Nuno, com os trocentos mojitos (uma espécie de caipirinha com folhas de hortelã), brinquei com as crianças, fotografei muito os surfistas iniciantes (na câmera de Mai), e em meio às tantas caminhadas, pausa para saborear mais espumante à noite.

Na pracinha da vila, um show maravilhoso aconteceu, do velho e colorido Márcio Mello. Gritei com ele: "se você não me quer mais, por favor, me deixe em paz!!!!". Foi quase uma catarse.

Também conheci umas criaturas muito interessantes por lá: dois paulos, pai e filho, um sergipano (ou baiano?) muito legal, que por morar na França, logo o apelidamos de 'ui petit petit', uma maneca idêntica à Barbie, que me fez as sombrancelhas, e Amandinha, sua amiga tranquilinha. Juntos, rimos muito.

Retornei para soterópolis com a certeza de que amizades, velhas ou novas, são imprescindíveis para mantermos nossa paixão pela vida. E que pena que a mídia nos revela atrocidades.

Fiquei com uma vontade de reunir todos, amigos e familiares, para um novo itinerário: uma viagem (só de ida) pra lua, ou para qualquer outro lugar aéreo, flutuante, leve, que fosse suficientemente adequado para nos distanciar desse mundo sombrio, com tragédias absurdas envolvendo tantas perdas humanas.

Diria Gil, "vamos fugir, pro outro lugar, baby...".

Decidido. Em minhas férias, juro que assistirei menos televisão. Quem sabe assim as coisas ruins não páram de acontecer?

6 comments:

  1. Amiga, o blog PREMIADO!!!! Esse é o início de uma bela caminhada. TE ADORO! Bia

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  2. Ju, pessoa aquariana, vanguardista, prafrentex!!!! Esse codinome "Viajante" lhe cai como uma luva... não esquece de mim qdo for à lua, tá...?
    Parabéns, és merecedora de td que conquistas.

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  3. Amiga....

    Estou muito feliz por ter feito parte desse final de semana HIPER maravilhoso!!!!

    Val esta dizendo que para o ano começar perfeito...falta apenas um cafezinho na sua casa.....

    Vc é uma luz energizada que contamina todos que estão ao seu redor....

    Amei o que escreveu!!!! Feliz 2010!!!!!

    beijos...

    May e Val...

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  4. Juuuuu
    Que fantastico tudo isso q escreveu!!!
    E tbm muito engracado,so em lembrar da figura unica q vc eh dou risada sozinha....
    Adorei ter conhecido vcs,pessoas tao extraordinarias,maravilhosas...
    Espero reencontra-las brevemente,afinal tem q ter um dia para debatermos sobre nosso final de semana em PF,nao eh?
    Bjaooo

    Ah!!! Qto a sombrancelhas,proxima vez vou fazer do jeito q vc costuma usar...rsrsrs

    Nati-Barbie

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  5. Ai quantas declações de amor à minha maninha...
    Ela eh assim mesmo,contagiante!!
    Um brinde a esse Blog,do mesmo modo, envolvente...e, que a não só a Veja...mas também, uma série de outras revistas/classificados legais possam consagrá-lo "E...foi assim dois pontos".
    Bjs irmã...

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  6. Vcs são muito carinhosos. Obrigada por serem assim, pra mim.

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