13 March 2011

Como assim, Bial?

Essa edição do BBB, talvez a mais vulgar de todas, não contou com a minha audiência. Não foi nenhum tipo de movimento intelectualóide, juro; quem me conhece, sabe o quanto sou fascinada pela televisão, por seriados americanos, globais, e muito mais por novelas. Amo romance, amo enredos, amo novelos. Não deve ser a toa que o título do bloguito beira narrações do que já passou ou está passando, no momento em que escrevo.

Mas, observar, essa é uma tarefa (?) que adoro fazer. Dia após dia, sobretudo quando estou à espera de um vôo, assim como agora, neste aeroporto cujo nome deriva de outros tantos idênticos, homenagens ridículas à família que mais domina o estado.
A sala de embarque é inóspita. Adoro essa palavra. O axé quase já está papagaio nas lojas de lembrancinhas do senhor do bonfim. Falta imaginação... não é possível que, com tanta cultura, música boa, só consigam apresentar aos turistas esse mundo fantasmagórico, de psirico e cláudia leite, mundo repetitivo que se transformou o carnaval baiano. Uma pena, mesmo.
É. Salvador está para ser observada. Bom ser passageira, aqui. Bom contemplá-la de longe, sem estar envolvida com seu trânsito caótico ou com a dinâmica de vida que levei por tantos anos a fio. Não sinto falta. Sinto indiferença. Isso é péssimo. Queria sentir o friozinho na barriga, exatamente como sinto quando chego ao Rio de Janeiro.
Da Bahia, sinto saudade da minha família tão espalhada, e dos amigos conquistados. Mas, eu já me conformei: levo comigo todos os meus queridos, para onde quer que eu vá.
Mas sinto tristeza, ou talvez uma angústia, de não ter minha mãezita, manos, manas e sobrinhos mais perto de mim. Queria continuar a Tia Ju bem próxima deles, observando-os, com câmeras ultrasecretas, para descobrir com o que sonham, o que os afligem, e o que poderia fazer para evitar que sofram de qualquer dor, ansiedade ou frustrações.
Tento disfarçar as lágrimas nos olhos, enquanto os que transitam passam por mim; sigo teclando, melhor catando meus milhos, quase no raiar de um novo dia. É. Eu também já sei. 14 de março é o marco baiano, e pra mim também. Nosso ano 2011 ganha forma a partir desta data.
Então, se eu pudesse ter acesso aos olhos e ouvidos de todos os que amo, talvez lugar algum me fizesse me sentir nostálgica. Nem o Rio de Janeiro e sua névoa misteriosa pela Lagoa, ou o silêncio desconcertante "do mar, quando quebra na praia...".

6 comments:

  1. Ju, não queira isso! Eu acredito firmemente que um reencontro bem sucedido depende justamente dessa "perda" que ocorre quando ficamos longe das pessoas, ouvir as histórias e relembrar momentos, não queira tê-los, queira re-conhecê-los!

    Bejo!

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  2. Oi Edu!
    Nunca quis isso mas, na fantasia, gostaria de mantê-los por perto...coisa de aquariana, gregária e apaixonada pelos amigos e pela família. Bj

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  3. A solidão inspira a reflexão e a escrita, isso é mto bom!

    bjs

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  4. Observar, tarefa(?) que me inspira...Bj, Patiinha

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  5. Muito bom ler as observações de quem viveu a terra e pode sentir outra realidade. As vezes nos contaminamos com isso aqui e passamos a achar tudo muito normal. Isso é péssimo. Bjo Ju.

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  6. Caderno de poesias

    Caderno de poesias
    é um belo lugar.
    Tantas coisas lindas
    que eu gostaria de falar.
    Eu falo em forma de versos
    para todos poderem escutar.
    Agora você já sabe
    por que os poetas passam os dias
    escrevendo em seus cadernos de poesias.

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