"Amigo é como um (bom) vizinho quando Deus está distraído"
Esse provérbio africano, com modificação minha entre parênteses, diz muito sobre o que acredito ser uma amizade verdadeira, leal.
Durante nossa infância e, especialmente na juventude, começamos a criar laços de amizade que nos conduzem a idade adulta com muito mais amor, prazer e alegria, mundo a fora.
Ontem recebi e troquei muitas mensagens que simbolizam a importância dos amigos em nossas experiências para além das famílias que fazemos parte.
E hoje, ao acordar, me deparei com essa citação num livro que tenho demorado em me desapegar, *um defeito de cor* de Ana Maria Gonçalves. O livro foi um presente de uma grande amiga, a amiga mais leonina que tenho até aqui.
Me vejo cercada de grandes referências de amizades que fui construindo ao longo dos meus dias. Encontrei novos amigos quando cheguei em Maceió para morar. Foram anos de muitas novidades, mudanças, desconstruções.
Quanta saudade sinto das amigas Ana e Telminha, que já não estão curtindo novas luas comigo. Éramos chegadas. Combinávamos almocinhos adoráveis, contávamos nossos planos, desaguávamos em nossas dores, apreensões. Sentir medo ou angústia, claro que fazem parte de todo percurso longe do ninho. E lá estavam elas, acolhedoras, cuidadoras, amigas presentes.
Eu ganhei amigos novos e agradeço por suportarem meus revezes. Eu perdi duas amigas pra morte. Eu também perdi uma amiga por causa de política. Perdi esses vínculos e não os aceito com tranquilidade. Talvez nunca vá aceitá-los, embora respeite os desígnios de Deus sobre essas tragédias. Perder um afeto é sempre trágico.
Importa somente celebrar quem se mantém perto por vontade e por escolha. Eu carrego em mim todos os sonhos de antes, os sonhos de agora e os que ainda nem sei quais são. E quero sempre ter amigos nesse caminho tortuoso, com sorrisos e lágrimas. Sem máscaras.
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