“O luto expõe novas camadas em mim, raspando escamas dos meus olhos”.
No livro “notas sobre o luto” Chamamanda Adichie narra instantes de sua dor, numa escrita simples, com cenas vividas em família que a fazem recordar do seu velho, que partiu abruptamente em 2020. Eu chorei em vários trechos pois me fizeram lembrar do meu luto, me levaram a refletir sobre sua partida. Você, minha amiga-irmã, que era presença em todos os meus momentos na vida longe do ninho.
Para muitos, morar longe da família e das raizes parece ser mais fácil e, em alguns casos até melhor ou muito necessário. Para nós duas nunca foi fácil e a gente se equilibrava uma na outra, nos momentos mais duros e críticos.
Eu tentei ser pra você uma mesma ponte que unia passado, presente e os desejos de amanhãs cercados dos nossos afetos, exatamente como senti que se tornou pra mim, numa cumplicidade rara de ser encontrada entre duas mulheres tão diferentes.
Esse dia 4 de julho marca três anos, com pandemia e tudo no caminho, sem contar com seus abraços, suas emoções, seus pensamentos e suas falas inusitadas. Vai ser sempre um lamento maior esse dia que você nos deixou.
O mundo ficou absolutamente menor, menos encantante.
Nutro uma saudade imensa da sua sensibilidade, de ter você bem perto para contar, nesse mundo tão caótico e estranho.
Espero que esteja muito bem e que continue me desculpando pelo meu choro muitas vezes descontrolado, quando busco te encontrar em monólogos ou escritos que nem esse.
Te amo pra sempre! Obrigada pela amizade e por todo o seu amor.
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