21 June 2024

3 meses depois…

 … estou viva! O tempo parece que passa mais rápido e em outros momentos sinto que se arrasta e o faz de propósito, para checar meu grau de ansiedade. 

Sim, estou viva e sobrevivi ao caos que me rondava! E foram três meses turbulentos, com muito trabalho para cumprir, e tantos outros pra iniciar, com situações novas que nunca vivi antes. 

A mais radical das novidades, que me pegou de surpresa, foi passar a cuidar de minha mãe, como se os papéis agora estivessem (enfim) trocados. 

Sempre imaginei que esse dia chegaria, mas achei que fosse bem mais tarde. Minha mãe é dona de si, desde que abriu mão da sua porção mulher, aos 41, e passou a ser a nossa mãe, solo, em tempo integral. 

Quase que escrevo “passou a ser SÓ a nossa mãe em tempo integral”, mas é muito preciso frisar que seria um erro escrever assim, porque ela nunca foi SÓ uma mãe dedicada. Ela escolheu esse caminho IMENSO, infinito de responsabilidades e demandas invisíveis aos olhos alheios e machistas que, infelizmente, nos habitam e nos contaminam. 

Tenho mesmo que controlar até esse tipo de pensamento para não cometer o equívoco de diminuir ou desqualificar o que ela fez e o que ela faz por nós, em nome da maternidade assumida. 

Agora a conta chegou para nós, filhos afortunados, já que estamos a sugar toda a energia maravilhosa que surge a partir de Dona Nalva, a nossa dona. 

No alto dos seus 83 ela está muito mais frágil, precisando sentir-se segura, amada e confortável. Viver com qualidade agora requer cuidados extras e muita, muita paciência porque mainha é linda e maravilhosa mas tem um gênio forte e fico impressionada como ela evidencia ser uma típica taurina, muito terra, dessas que querem saber tudo, tim-tim por tim-tim.  

Bom, os 3 meses passaram e eu estou viva! Repito isso pra mim mesma porque é uma felicidade me redescobrir viva e, finalmente, livre, depois de me sentir tão apagada, sem viço no olhar, sem a minha energia solar. 

Ah, mas eu nunca estive  com carência de vitamina D. Essa daí até que estou armazenando direitinho,. Minha carência era de outra natureza. Sentia muito a falta da minha liberdade de escrever, de ir e vir, sem que alguém estivesse me cercando, me monitorando. Vez ou outra ainda me sinto vigiada. Isso tem a ver com danos… que precisam ser reparados e sei que vão me deixar em paz e virar poeira.

Estou viva e livre! Quero logo voltar a me sentir viva, livre e plena, com a minha liberdade, com a minha paz e com Dona Nalva fazendo pilates e voltando a sorrir de verdade. Eu e ela. 

1 comment:

  1. Coisa lindaa! Ela, por hora, está sendo “só sua”! Mas vc sabe que nos tem!! No entanto é maravilhoso saber que a caçula dos 06 é a que cuida e zela com todo o poder, a nossa mainha!
    Que mts outros tempos venham p vcs, pra nós! Obrigada, Mana , por tanto!♥️

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