24 July 2024

atravessamentos diários

Eu acho que já escrevi muitos textos fazendo analogias da ficção com a vida real. Amo novelas, amo filmes, amo seriados. Sou das telas, das telinhas, das telonas. A tv globo lidera a minha preferência porque as novelas são muito bem-feitas, com enredos que nos tocam e nos viciam. Bem verdade que atualmente temos mais remakes do que novidades, mas foi num remake, que me apaixonei por uma música.

Almir Sater entregou sua canção "Assim os dias passarão", para a novela Pantanal (versão 2022) e eu me arrepiei quando a ouvi pela primeira vez e também na cena final, quando dedicaram várias partes com a música rolando... chorei muito! Só me lendo não é possível compreender o porquê de tanto pesar... por isso recomendo: assistam e entendam... 

Eu tenho horror a lutos. Tenho alergia só de pensar que um ente querido partiu e deixou só a saudade no lugar de sua presença física. E a junção da novela com a música me fez relembrar tantas partidas, tantas perdas.. foi surreal o tanto que chorei naquela noite, no último capítulo, com o ritual de despedida de Zé Leôncio (Marcos Palmeira) por toda a família, num cais de um rio. Foi lindo! Lindo!

Enquanto escrevo passa esse filme na minha cabeça. Quase dois anos depois ainda lembro da sensação de "engasgo" provocado, a partir dessas imagens com essa música de fundo, que parece ter sido feita para essa história.

Lembrando que me despedi do "ano velho", em 2022, com essas palavras "assim os dias passarão". O movimento diário do ir e vir dos acontecimentos na minha vida me fez resgatar essa ideia de passado, presente e futuro. Parece que vivo flutuando entre esses três tempos, sem me prender a nenhum deles. Um "se" está sempre pronto para se destacar e não há ponto final certo quando lembro do que se passou... parece novela, parece que vivo reprises...

São pensamentos tortos, nessa mente flutuante, que navega em mares calmos e turbulentos com a mesma facilidade. Mas estou precisando de estabilidade. Preciso me sentir estável. Engraçado pensar nisso justo hoje, tempo presente, porque quando prestei concurso na UFAL, em 2011, só pensava em conquistar a "tal" estabilidade do funcionalismo público, mas isso é só mais uma ilusão. Não me sinto estável, embora tenha estabilidade no emprego. Me sinto frágil, vulnerável, cheia de altos e baixos que incomodam tanto.

Bem... isso foi só mais um desabafo. Daqui a pouco entro em sala e, nesse futuro próximo, vou estar em boa cia, com estudantes que só pensam no futuro, que estão com toda a esperança no futuro, então o presente precisa ser animador. Preciso que se animem comigo. Assim os dias têm passado em mim. Assim os dias me atravessam. Que essa travessia encontre um porto bem seguro e águas transparentes. Não quero mais saber de lugares escuros. Quero sol, quero luz, quero ser iluminada outra vez.

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