21 August 2024

"ninguém vai me dizer o que sentir"

Na véspera do seu aniversário, meu blog, queria conversar um pouco sobre as mudanças que já percebo em mim. Mudanças de atitudes, de hábitos, de pensamentos e até de sonhos. Mudanças que sinto na minha pele, no meu corpo, no jeito que lido com os assuntos rotineiros e com os mais complexos. 

Já me sinto em mudança de verdade. Não mais de casa, de bairro, de cidade. Mudança interna, cujas caixas de papelão não existem, mas que é óbvio que sei que ainda existem muitos nós e que vou ter que desatá-los de qualquer jeito. 

Eu poderia só falar do que está sendo bom? Posso parar de reclamar? Você me permite que eu só enxergue o (meu) copo meio cheio? Porque você sabe muito bem, eu fiquei muito tempo vendo sombras, pensando em sombras, no que me afligia.

Dediquei muito tempo lamentando perdas e em constante luto com tantas despedidas. Mas eu creio que posso sim, voltar a sorrir, voltar a perceber a beleza de um sol no alto do céu, as ondas que quebram nas pedras ou suas espumas leves, desparecendo na areia.

Hoje eu completei 5 meses de solitude. Eu festejo os 5 meses que estou sozinha, levantando dia após dia, consciente de tudo, animada com a minha disposição para enfrentar as adversidades, que continuam muitas, numerosas, assombrosas. 

Mas eu sigo sem medo, sigo olhando pra frente, sem duvidar que fiz as escolhas certas e tenho feito as intervenções certas para o meu momento, para o meu ritmo de agora. 

Sei que ainda vou titubear e sentir saudades, o que entendo ser muito natural, quando, ao mesmo tempo que gostamos de alguém, compreendemos que precisamos seguir sem esse alguém, para que consigamos reencontrar a nossa própria essência, nosso amor próprio, tão importante, logo ali na esquina.

Eu não tenho muitas pretensões e tampouco expectativas sobre relacionamentos amorosos. Tenho tanto o que fazer. Tenho tantas obrigações como profissional, como professora, como irmã, como filha!

Não me permito priorizar (de novo) a vida a 2. Fiz isso nos últimos anos e não funcionou. E acredito que pode funcionar, veja bem... só não posso desejar que isso aconteça comigo agora, quando estou de novo me olhando no espelho e me reconhecendo outra vez.

Estar só, ficar só, pensar só, reconquistar minha liberdade de expressão, sem que  ninguém queira invadir a minha privacidade, a minha individualidade... é só o que eu espero daqui em diante. 

Se vou mudar? Ora, ora... não vou mudar o que já mudei... e comecei dizendo que estou com o caminhão apinhado e não há mais espaço para dúvidas, para brigas, para nada que me tire a paz. 

O meu mundo de agora tem paz, tem leveza, liberdade, tem caminhada curta até o Farol da Barra ou para mais longe, até a Igreja do Senhor do Bomfim, e quantas vezes eu sentir vontade. O meu momento é só meu e ninguém, eu disse ninguém, vai me dizer o que sentir. 

Em tempo: Soul Parfisal é a minha canção predileta, desde os anos 90. Gratidão a Renato Russo em parceria com Marisa Monte.


 

8 comments:

  1. Voe alto minha amiga!!! Coisa linda é ler seu blog!!! Coisa linda é ver você leve novamente!!!!👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🙏🏼✨

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    1. E custa dizer o seu nome, amiga? Que mania que esse povo tem do anonimato!! risos... obrigada, querida.. se é minha amiga, sei que é querida! Beijo

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  2. Sua escrita é sempre tão acolhedora e comovente. Soul Parfisal é um presente, assim como seus textos.

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    1. Muito grata, Jairo, por me ler! Sim, essa canção é um presente pra eternidade! Renato Russo, eterno!!

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  3. Texto maravilhoso amiga!!! Priorize você e siga em frente assim linda, leve e cheia de luz!!! Um beijo! ♥️♥️😘😘

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    1. Oi Kátia, obrigada por ter lido e estar aqui reforçando seu carinho! Beijo!!

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  4. Mana lindaa! Que texto, que reflexão sobre solitude!! Uma leveza e tantas verdades! Um beijo no coração. Se enxergue mais e mais como alguém super, super especial. Te amo♥️

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