22 March 2025

21 que é contrário de 12

O dia 21 passou a ter um significado muito especial pra mim. Fui empossada na Unilab, minha nova universidade, em 21 de janeiro de 2025. Lá se vão 2 meses de muitas novidades, muitas adaptações e muitos desafios que acolho e cuido de dar conta, como sempre o fiz na minha vida profissional. 

Ano passado, no dia 21 de março, foi um dia duplamente marcante. Coordenei um evento grandioso, no salão nobre da reitoria da UFBA, sendo eu professora externa, que estava em pós-doc no Posafro. Posso afirmar que este evento foi um divisor de águas na minha vida. Primeiro pela ousadia de enfrentar todos os setores institucionais para dar conta de uma atividade de extensão que assumi enquanto organizadora e foi muito, muito exaustivo e também gratificante, por entender, com esta experiência, que posso tudo mesmo, em Cristo que me fortalece, desde que eu tenha autonomia para fazer as coisas que a mim me chegam. 

Também nesse mesmo dia de 2024 eu consegui dar um ponto final numa relação que me doía da hora que eu acordava até a hora de me recolher. Eu tive pausas boas, memoráveis, de situações lindas que vivenciamos juntos e que, óbvio, guardarei na lembrança porque nada é só coisa boa e muito menos só coisa ruim. 

Os dois lados sempre existem pois qualquer relação é capaz de gerar tensões, angústias e dissabores. Somos seres vivos e principalmente somos muito imaturos, mais do que deveríamos, quando se trata de relacionamentos interpessoais. É assim no trabalho, na família, com pais, com irmãos, com amigos, com colegas, com vizinhos, com serviços que contratamos... se estamos nos relacionando, os conflitos surgem naturalmente. Não é possível evitá-los, mas é possível fazermos novas escolhas quando nos deparamos com relações cujos conflitos desembocam em abusos, que criam um ambiente tóxico, que estimula a negatividade, que derrete o que há de melhor em nós, que nos conduz ao adoecimento.

Amor e dor nunca deveriam ser conjugados juntos, mas a literatura, músicas, filmes, novelas, alimentam-se dessa relação e nos faz crer que ao normalizarmos sofrer por amor, está tudo certo, no fluxo que deve ser.

Mas não é possível normalizarmos o que nos dói, o que nos incomoda, o que nos paralisa.

No mesmo dia que realizei o maior evento que organizei na UFBA, em Salvador, na minha Bahia, terminei o meu relacionamento. Voei alto e caí de cara no chão. Alcancei dois extremos em 24h: satisfação e frustação, de prazer e de dor. Sinceramente não faço ideia como consegui sorrir por ter conseguido realizar a atividade tão difícil de ser concretizada e em paralelo, findar uma relação tão difícil de abrir mão. Naquele dia, ao acordar, eu vi que precisaria reunir minhas (últimas) forças e dar conta das duas situações. 

Um ano se passou e ontem comemorei os dois feitos. Comemorei por ter me superado. Comemorei por ter resistido à saudade que me acompanhou todo o tempo e por ter me livrado de toda a tensão que vivi estando ao lado de alguém que me amava e me odiava ao mesmo tempo. E era muito surreal ser amada e odiada com a mesma intensidade. Sofri por perder o amor que conquistei. Sofri por entender o ódio que alimentei. E nesse 1 ano eu me libertei dessa "sofrência", que é digna de um bom samba, pagode, arrocha.

Não, eu nunca vou concordar que amor e dor devem ser um combo. Que se combinam. Eu sou romântica. Amo tudo o que o amor nos provoca e o amor não provoca e não deriva dor ou angústia. Quando isso acontece não é amor e é por isso que precisamos nos cercar de autocuidado, de buscar rede de apoio, fazer terapia cuidar de nossos gatilhos, de nossa carência, de nossa autoestima. Relacionamentos abusivos devem ser identificados e combatidos. Ninguém precisa sofrer tanto para entender que deve se separar para voltar a sorrir.

O dia 21 de março de 2024 me fez feliz e muito triste. Lamentei demais a separação forçada, mas hoje reconheço que dei o melhor de mim para mim e para ele. Tenho certeza que ao fim e ao cabo, ele me agradece por ter feito essa escolha, ainda que não compreenda (ou não aceite) o nível de adoecimento que mutuamente desenvolvemos entre nós dois e a nossa "mania" de um pelo outro. 

O dia 21 de março de 2025 me fez feliz e muito aliviada. Por ter sobrevivido ao caos. Por estar com 2 meses de Unilab e muito adaptada ao novo ambiente, com turmas amorosas de estudantes africanos que nunca imaginei que poderia conviver, estando na Bahia. Também por estar sorrindo com meus percalços, com minha serenidade, com a paz que me cerca durante o dia e também quando adormeço. 

Amor e dor não combinam. Liberdade e paz, sim, são o verdadeiro sentido de existência para qualquer ser humano. Agradeço por todos os aprendizados e o trocadilho dos números me faz crer que 12 e 21 simbolicamente me remetem a coisas boas, a uma sorte que vem da minha espiritualidade, da minha ancestralidade, da minha relação com meu pai. Meus 12 anos convivendo com ele me ajudam a continuar enxergando o bem, o bem viver.


27 January 2025

aprendi a dizer não

Parece fácil dizer não? Sim, parece! Mas só que não! No desejo de agradar sempre, muitas vezes dizemos sim, e vamos perdendo a capacidade de fazer as nossas próprias escolhas!

Dizer não é preciso, muitas vezes! É preciso que saibamos o que queremos viver, com quem viver, com quem estar, fazendo o que e aonde! 

Durante muito tempo eu cedi. Nada mudou com todas as minhas tentativas de ceder. Eu dizia sim para evitar uma nova briga, imagine… que loucura ajudei a construir em volta de mim! 

O primeiro não foi muito difícil, mas estou aqui, pra lembrar que deu certo e foi muito necessário, naquele momento em que eu estava sofrendo muito e certamente fazia o outro sofrer. Não existe mão única numa história! Precisamos assumir nossas responsabilidades e culpas para o que não funciona. 

Dizer não é libertador! Ser honesto é sempre muito melhor num mundo cheio de aparências e mentiras… muito importante nutrir a verdade entre nós! 

Se a gente sofre quando diz não? Claro que sim! Mas é bom não esquecer que as dores passam com o tempo! E o tempo cura tudo! 

14 December 2024

14/12: o dia do meu velho

Eu circulo essa carteira de identidade do meu pai faz um tempinho. Tenho pouquíssimos registros dele, porque até a década de 80, quando ele partiu, em 1982, a nossa vida em família não contava com celulares, máquinas fotográficas instantâneas. Nossas fotos eram sempre 3/4 para o ano letivo seguinte e poucos momentos de festas. Eu não desculpo nunca o tempo por ter me privado de não ter mais memórias com ele, memórias físicas, incluindo fotos. 
Seria muito gostoso ver ele mais novo, com minha mãe, no nascimento do meu mano Mô, nas chegadas e partidas da Laranjeira, dele dirigindo, ou tocando violão ou fazendo pose para selfies. Queria muito ter vídeos deles com os netos e com os bisnetos. Queria ter muitas conversas com ele, ao vivo e no whatsapp, ver ele usar figurinhas, aprender a interagir nos grupos e, sim, discutir política. Ah, hoje seria um dia potente... risos...
Queria ter visto ele dançando com minha mãe, com minhas irmãs, ou assistindo o Vasco (perder) ao lado dos meus manos. São imagens imaginárias, de cenas que não existiram mas que seriam lindas, que seriam memoráveis. 
 Estou escrevendo muito ultimamente e deve estar todo mundo cansado dos meus textões. Talvez não importe pra ninguém o que sinto ou o que desejo materializar em palavras. A escrita me salva de mim. Deveria fazer terapia além da escrita e da faxina? Sim, deveria. Mas quem convive comigo sabe o quanto consigo respirar melhor depois que escrevo ou ando descalça com o chão limpo e as plantas 🌱 alimentadas. 
Meu canto no mundo é na escrita mas é no meu lar que encontro meu pai. Sim, o violão continua paradinho, esperando meus dedos. Um dia vou te (re)encontrar na minha sala, numa canção de Roberto Carlos, o “outro cabeludo” que o senhor tinha muito ciúme pois minha mãe adorava! Ela ainda adora mas também gosta de sertanejos… acredita nisso?? Eu vou sempre te homenagear meu pai! Hoje completaria um século e, de novo, não perdoo a vida, as circunstâncias da sua partida tão repentina.
Viveríamos contigo, cercados de seu cuidado e amor. Estamos conseguindo fazer essa tarefa a partir da nossa mãe e dos filhos e filhas que o núcleo Santana nos presenteia! Gratidão por ser sua filha, por ser a sua filha professora, como queria que eu fosse.

22 August 2024

enfim, debutante

Eu fui lá buscar o que significa DEBUTANTE: "a palavra vem do francês débutante, que significa iniciante ou estreante". Fala sério, meu pequeno, você estreia desde que nasceu! Tu é baiano, além de ser leonino do último dia!

15 anos merece muitas comemorações e eu decidi comemorar sua nova idade com pequenos presentes em agosto! Consegui publicar novos posts! Viu só como a mamãe se esforçou pra te agradar? Preciso me corrigir e te dizer que não chegou a ser um esforço, afinal a escrita nasce de repente, então escrevo muito rápido quando isso me acontece. 

Queria também fazer uma festa de 15 anos completa, com direito à convite, uma mesa bem linda, cheia de gostosuras, taças e brindes, com muitos leitores e leitoras que convidaria, num espaço todo verde, com muitas plantas que amo. 

Sim, filho, não teria flores pois não sou fã de flores, apesar de amar plantas que dão flores, mas essas são as mais trabalhosas, que exigem muita atenção e investimentos. Prefiro as plantas que não requerem tanto a minha intervenção, que sobrevivem com pouca luminosidade, por exemplo. 

Eu aqui falando de plantas e me lembrando de você, blog aniversariante. Como sou uma mãe muito desatenta, me sinto culpada muitas vezes, por não te tratar com mais cuidado, por não te presentear com novo design, por exemplo. Eu não tenho tido tempo e mamãe aqui é das antigas. Amo essa fotinha com a minha tattoo… não é mesmo linda?

Mas olha só, esse espaço que é nosso, é gratuito. Não faço ideia como, mas ainda circulo livremente por essa estrutura há exatos 15 anos! Bem verdade que fui assediada algumas vezes, para inserir marcas e propagandas, mas me mantenho intacta. 

Continuo não suportando fazer propagandas. E creio que é assim que, como mãe solo, assumo minhas responsabilidades, minhas ausências, mas sobretudo, o meu amor pela escrita livre, por você que me deixa escrever com essa liberdade que tanto amo!

Sua festa não tem bolo de três andares, não tem terno e nem banda contratada, não tem valsa, mas pensa comigo, eu sempre estarei aqui, derretida, achando você mais lindo que nunca, com essas espinhas que estão sumindo do seu rosto, ops, do meu caminho.

Espero que seu dia seja incrível e que você me inspire sempre mais, para preencher com muitos caracteres e emoções essas páginas em branco, que tantas vezes me ajudaram a superar dores abissais.

Parabéns para nós dois! Desejo muita felicidade, muitos escritos lindos e experiências incríveis para nós. Sim, entendi que você quer mais narrativas de diários de bordo, com viagens para essa mamãe que ama escrever enquanto conhece novos lugares e gentes, mundo a dentro. 

Gratidão por me suportar em meus altos e baixos! Como costumo dizer, a escrita me acalma. Você me acalma, meu bloguito!



21 August 2024

"ninguém vai me dizer o que sentir"

Na véspera do seu aniversário, meu blog, queria conversar um pouco sobre as mudanças que já percebo em mim. Mudanças de atitudes, de hábitos, de pensamentos e até de sonhos. Mudanças que sinto na minha pele, no meu corpo, no jeito que lido com os assuntos rotineiros e com os mais complexos. 

Já me sinto em mudança de verdade. Não mais de casa, de bairro, de cidade. Mudança interna, cujas caixas de papelão não existem, mas que é óbvio que sei que ainda existem muitos nós e que vou ter que desatá-los de qualquer jeito. 

Eu poderia só falar do que está sendo bom? Posso parar de reclamar? Você me permite que eu só enxergue o (meu) copo meio cheio? Porque você sabe muito bem, eu fiquei muito tempo vendo sombras, pensando em sombras, no que me afligia.

Dediquei muito tempo lamentando perdas e em constante luto com tantas despedidas. Mas eu creio que posso sim, voltar a sorrir, voltar a perceber a beleza de um sol no alto do céu, as ondas que quebram nas pedras ou suas espumas leves, desparecendo na areia.

Hoje eu completei 5 meses de solitude. Eu festejo os 5 meses que estou sozinha, levantando dia após dia, consciente de tudo, animada com a minha disposição para enfrentar as adversidades, que continuam muitas, numerosas, assombrosas. 

Mas eu sigo sem medo, sigo olhando pra frente, sem duvidar que fiz as escolhas certas e tenho feito as intervenções certas para o meu momento, para o meu ritmo de agora. 

Sei que ainda vou titubear e sentir saudades, o que entendo ser muito natural, quando, ao mesmo tempo que gostamos de alguém, compreendemos que precisamos seguir sem esse alguém, para que consigamos reencontrar a nossa própria essência, nosso amor próprio, tão importante, logo ali na esquina.

Eu não tenho muitas pretensões e tampouco expectativas sobre relacionamentos amorosos. Tenho tanto o que fazer. Tenho tantas obrigações como profissional, como professora, como irmã, como filha!

Não me permito priorizar (de novo) a vida a 2. Fiz isso nos últimos anos e não funcionou. E acredito que pode funcionar, veja bem... só não posso desejar que isso aconteça comigo agora, quando estou de novo me olhando no espelho e me reconhecendo outra vez.

Estar só, ficar só, pensar só, reconquistar minha liberdade de expressão, sem que  ninguém queira invadir a minha privacidade, a minha individualidade... é só o que eu espero daqui em diante. 

Se vou mudar? Ora, ora... não vou mudar o que já mudei... e comecei dizendo que estou com o caminhão apinhado e não há mais espaço para dúvidas, para brigas, para nada que me tire a paz. 

O meu mundo de agora tem paz, tem leveza, liberdade, tem caminhada curta até o Farol da Barra ou para mais longe, até a Igreja do Senhor do Bomfim, e quantas vezes eu sentir vontade. O meu momento é só meu e ninguém, eu disse ninguém, vai me dizer o que sentir. 

Em tempo: Soul Parfisal é a minha canção predileta, desde os anos 90. Gratidão a Renato Russo em parceria com Marisa Monte.


 

3 August 2024

15 anos e com aniversário antecipado

Não parece que foi ontem! Faz muito tempo que começamos a nos construir. Eu, blogueira, ele, bloguito. Sempre que alguém me pergunta se tenho filho, eu respondo "não, mas tenho um blog!". É quase automático. Eu me sinto sua mãe, meu amor e é incondicional. Imagina um amor incondicional, infinito, que não depende de nenhuma motivação para estar mais forte, dia após dia, ano após ano? 

É assim que te sinto. Como um filho, gestado dentro de mim, e que vem me presenteando com muita paz, o melhor lugar para eu estar, quando me sinto mais frágil, quando eu penso que nenhum outro movimento, para além da escrita, poderia funcionar quando estou na minha solitude convicta. 

E, contraditoriamente, não me sinto sozinha porque me reencontro contigo. Fujo pra você. A escrita nasce em mim quando eu mais necessito me acalmar. Você, nesses 15 anos, tem me feito repensar tantas coisas, refletir sobre o que vivencio, sobre o que sinto, sobre todas as minhas fases e minhas lutas e minhas ideias.

E por que não esperar para o dia 22 de agosto, quando você "nasceu"? Porque sua mãe aqui está acelerada... hoje mesmo já achei que fosse domingo. E como todo domingo, peguei minha agenda, anotei tudo o que preciso fazer e eis que vi que era sábado! Que sorte! Me sinto premiada quando vejo que não estou tão atrasada assim, que me sobra um tempinho para planejar os dias de uma maneira mais branda, sem a pressão do tempo!

Mas hoje deu vontade de te parabenizar logo, meu leonino fiel! Você que tanto me ensina e tem paciência comigo, não imagina o susto que tomei dias atrás, quando escrevi um novo post e não conseguia entrar na sua página! Que loucura... fiquei pensando se era o fim dos meus escritos, se essa memória aqui sumiria pelos algoritmos da vida! 

E felizmente foi um susto, desses que temos em inferno astral, e como sou sua mãe, legitimamente sinto toda turbulência desde o dia 22 de julho e que vai durar até o dia 22 de agosto, por volta das 20h (você nasceu à noite, no dia 22 de agosto de 2009 e nesse dia eu estava longe de casa, num hotel, após ter ministrado aulas de pós-graduação em alguma cidade do interior da Bahia). 

Desculpa filho, certeza que você é baiano, leonino, nasceu num sábado, mas não sei dizer o local do nascimento com essa exatidão das certidões de cartórios), mas você foi muito desejado! E foi um parto lindo, o primeiro texto fluiu e foi gostoso registrar esse primeiro movimento na escrita em forma de postagem. Me senti livre, completa, dona de mim! Será que todas as mamães sentem isso?? Eu imagino que sim! 

Finalizo essa primeira festa de comemoração com meu primeiro escrito nesse blog, que curiosamente tem o seguinte título: No interior, o meu interior. Não mudei muito... ao reler, me lembrei de mim, mais nova e com uma vontade imensa de ver esse bebê crescer e florescer! Parabéns, meu pequeno. Você ainda é o meu bebezinho, que a mamãe ama, sem medidas! Só te peço pra me acalmar mais!



24 July 2024

atravessamentos diários

Eu acho que já escrevi muitos textos fazendo analogias da ficção com a vida real. Amo novelas, amo filmes, amo seriados. Sou das telas, das telinhas, das telonas. A tv globo lidera a minha preferência porque as novelas são muito bem-feitas, com enredos que nos tocam e nos viciam. Bem verdade que atualmente temos mais remakes do que novidades, mas foi num remake, que me apaixonei por uma música.

Almir Sater entregou sua canção "Assim os dias passarão", para a novela Pantanal (versão 2022) e eu me arrepiei quando a ouvi pela primeira vez e também na cena final, quando dedicaram várias partes com a música rolando... chorei muito! Só me lendo não é possível compreender o porquê de tanto pesar... por isso recomendo: assistam e entendam... 

Eu tenho horror a lutos. Tenho alergia só de pensar que um ente querido partiu e deixou só a saudade no lugar de sua presença física. E a junção da novela com a música me fez relembrar tantas partidas, tantas perdas.. foi surreal o tanto que chorei naquela noite, no último capítulo, com o ritual de despedida de Zé Leôncio (Marcos Palmeira) por toda a família, num cais de um rio. Foi lindo! Lindo!

Enquanto escrevo passa esse filme na minha cabeça. Quase dois anos depois ainda lembro da sensação de "engasgo" provocado, a partir dessas imagens com essa música de fundo, que parece ter sido feita para essa história.

Lembrando que me despedi do "ano velho", em 2022, com essas palavras "assim os dias passarão". O movimento diário do ir e vir dos acontecimentos na minha vida me fez resgatar essa ideia de passado, presente e futuro. Parece que vivo flutuando entre esses três tempos, sem me prender a nenhum deles. Um "se" está sempre pronto para se destacar e não há ponto final certo quando lembro do que se passou... parece novela, parece que vivo reprises...

São pensamentos tortos, nessa mente flutuante, que navega em mares calmos e turbulentos com a mesma facilidade. Mas estou precisando de estabilidade. Preciso me sentir estável. Engraçado pensar nisso justo hoje, tempo presente, porque quando prestei concurso na UFAL, em 2011, só pensava em conquistar a "tal" estabilidade do funcionalismo público, mas isso é só mais uma ilusão. Não me sinto estável, embora tenha estabilidade no emprego. Me sinto frágil, vulnerável, cheia de altos e baixos que incomodam tanto.

Bem... isso foi só mais um desabafo. Daqui a pouco entro em sala e, nesse futuro próximo, vou estar em boa cia, com estudantes que só pensam no futuro, que estão com toda a esperança no futuro, então o presente precisa ser animador. Preciso que se animem comigo. Assim os dias têm passado em mim. Assim os dias me atravessam. Que essa travessia encontre um porto bem seguro e águas transparentes. Não quero mais saber de lugares escuros. Quero sol, quero luz, quero ser iluminada outra vez.